Reajustes escolares explicam aceleração da inflação de Serviços, diz IBGE
"Os serviços foram puxados por educação, que pressionou essa taxa. Se tem educação pesando forte, tem a passagem aérea pesando para baixo e vários itens que não cresceram tanto e até caíram no mês", afirmou Eulina.
Em fevereiro, os cursos regulares subiram 7,43%. As passagens aéreas recuaram 15,83%. Alguns itens que aumentaram menos em relação a janeiro foram alimentação fora do domicílio (0,64%), conserto de automóvel (0,24%), pintura de veículo (0,23%), médico (0,66%), dentista (0,90%), cinema (0,68%) e excursão (0,84%).
"O conserto de automóvel vinha aumentando porque as pessoas não estão comprando automóvel novo, elas estão consertando o usado. Mas, neste mês, o conserto já diminuiu a alta para 0,24% (em janeiro, a variação foi de 1,77%)", exemplificou Eulina.
Alguns serviços que tiveram até queda de preços em fevereiro foram motel (-0,38%), hotel (-1,28%), aluguel de veículo (-0,15%) e mudança (-1,17%), entre outros. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 7,86%, enquanto IPCA está em 10,36%.
Monitorados
A inflação de bens e serviços monitorados pisou no freio na passagem de janeiro para fevereiro, saindo de 1,75% para 0,39%. O resultado do último mês ficou abaixo da taxa do IPCA, de 0,90% no período.
A desaceleração foi provocada pela absorção de boa parte dos reajustes de transportes praticados no início do ano, mas também pela queda de 2,16% na tarifa de energia elétrica residencial, como resultado da redução no valor da bandeira tarifária vermelha, que passou de R$ 4,50 para R$ 3,00 por cada 100 quilowatts-hora consumidos, a partir de 1º de fevereiro.
"As bandeiras tarifárias foram iniciadas em janeiro do ano passado. Neste ano, com a normalização (dos custos de geração elétrica), esses preços desse pedacinho da conta vêm sendo reduzidos. Mas isso não significa que a conta de energia elétrica teve redução significativa. Os preços aumentaram bastante e tiveram influência forte no IPCA em 2015", afirmou Eulina. "Além dos reajustes anuais contratuais, também tivemos reajustes extras. Os preços estão no mesmo nível de 2015. A energia elétrica é formada por diversos fatores, as bandeiras tarifárias são só um pedacinho do cálculo", complementou.
Os itens que também ficaram mais baratos no mês passado foram o gás de botijão (-0,57%), gás encanado (-0,35%), ônibus interestadual (-0,10%), gás veicular (-0,37%) e telefone fixo (-0,19%).
Já o IPCA de março deve absorver os impactos dos reajustes da taxa de água e esgoto no Recife (de 10,69% a partir de 20 de março); energia elétrica no Rio de Janeiro (de 7,15% em 15 de março); e táxi em Belo Horizonte (de 7,45% em 28 de fevereiro).
Por outro lado, a conta de luz tende a ficar mais barata. A bandeira tarifária será reduzida de vermelha para amarela, e a tarifa caiu de R$ 3,00 para R$ 1,50 por cada 100 quilowatts-hora consumidos, a partir de 1º de março.
Em 12 meses, os bens e serviços monitorados acumulam alta de 14,95%, enquanto o IPCA ficou em 10,36%.
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