BC passa a registrar informações de crédito a partir de R$ 200 em 30 de junho
A informação foi publicada nesta tarde no BC Correio, sistema de troca de informação da instituição com o mercado financeiro, por meio da Circular 3.786, assinada pelo diretor de Administração e de Relações Institucionais, Edson Feltrim. Com isso, o BC amplia a base de dados do SCR.
De acordo com a assessoria de imprensa do BC, essa alteração contribui para o aprimoramento das ferramentas que a instituição possui para monitorar o sistema financeiro. Também auxilia no supervisionamento e na avaliação das condições econômico-financeiras das instituições e do mercado de crédito, sob as óticas micro e macroprudencial. "A medida aumenta a quantidade de clientes que poderão consultar seus registros no SCR, além de permitir que as instituições financeiras ampliem sua capacidade de avaliação de risco de crédito", trouxe a nota à imprensa.
A medida do BC vem em um momento em que há registro de aumento da inadimplência no País. Segundo a própria autoridade monetária, o volume de calotes tende a subir em períodos de recessão econômica, em que há elevação do desemprego e redução da renda. Somado a isso, a economia doméstica passa por um período de alta da inflação, o que corrói o rendimento da população.
Com mudança no registro de crédito, serão englobadas 38 milhões de novas pessoas no sistema, segundo a assessoria. Atualmente, são 77 milhões que já fazem parte do SCR. A contabilização dos R$ 200,00 será feita por pessoa em empréstimos realizados dentro de uma mesma instituição. Ou seja, se um tomador contraiu uma dívida de R$ 200,00 em um banco, essa operação entrará para o SCR. Da mesma forma, se houve mais de um financiamento em uma mesma instituição, mas por meio de duas linhas diferentes, as operações entrarão no SCR. A soma não acontece, no entanto, quando esse valor é atingido por meio de crédito obtido em instituições financeiras diferentes.
O BC informou também que, com esse aumento da base, passará a acompanhar 98,5% de todas as operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que está em R$ 3,26 trilhões. Esta não é a primeira vez que há uma redução nesse sentido. Em 2011, o BC fez o mesmo movimento, reduzindo o valor de R$ 5 mil para R$ 1 mil. Na ocasião, o monitoramento do BC atingiu 96% de todo o SFN e a alegação para a diminuição foi a de que o processo de bancarização e inclusão financeira fez as operações de menor valor ganharem importância.
Na ocasião, o diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles, concedeu entrevista coletiva para tratar do tema. Desta vez, a instituição se restringiu a divulgar uma nota e a atender à imprensa.
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