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BC divulga nota sobre política monetária e operações de crédito do SFN

Encontra-se análises das operações de crédito do sistema financeiro, as taxas de juros e inadimplência e a evolução dos agregados monetários
12:45 | Mar. 29, 2016
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Banco Central divulgou hoje, 29, nota sobre a política monetária e operações de Crédito do SFN. No levantamento encontra-se análises das operações de crédito do sistema financeiro, as taxas de juros e inadimplência e a evolução dos agregados monetários. Leia a nota na íntegra abaixo.

Operações de crédito do sistema financeiro

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3.184 bilhões em fevereiro, com retração de 0,5% no mês e elevação de 5,3% em doze meses (ante variações respectivas de -0,6% e 6,2% em janeiro).

A variação mensal refletiu, principalmente, o declínio de 0,9% no crédito a pessoas jurídicas, que atingiu R$1.668 bilhões, enquanto as operações com famílias, que totalizaram R$1.516 bilhões, cresceram 0,1%. A relação crédito/PIB recuou de 54,0% para 53,6% (52,9% em fevereiro de 2015).

O crédito com recursos livres situou-se em R$1.605 bilhões, com retração de 0,6% no mês e aumento de 2,6% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas declinou 1% no mês, somando R$803 bilhões, destacando-se recuos em capital de giro e desconto de duplicatas. O segmento de pessoas físicas declinou 0,3% no mês, para R$802 bilhões, com contração de 3,4% no saldo de cartão de crédito à vista.

O crédito direcionado totalizou R$1.580 bilhões em fevereiro, com redução de 0,3% no mês e expansão de 8,2% em doze meses. A variação mensal foi determinada pela carteira de pessoas jurídicas, saldo de R$865 bilhões (-0,9%), destacando-se a redução de 1% nos financiamentos para investimentos do BNDES, parcialmente influenciada pela apreciação cambial do período. O saldo referente a pessoas físicas aumentou 0,5%, para R$714 bilhões, refletindo crescimentos de 0,5% nos financiamentos imobiliários e de 0,4% no crédito rural.

Na segmentação do crédito por atividade econômica as retrações mais significativas ocorreram nos segmentos de indústria de transformação (-1,3%, saldo de R$458 bilhões), comércio (-1,7%, R$291 bilhões), outros serviços (-1,4%, R$203 bilhões) e transportes (-0,8%, R$168 bilhões).

Consideradas as operações acima de R$1 mil, os saldos das operações de crédito por região, recuaram 0,5% no Sudeste (R$1.715 bilhões), 0,5% no Norte (R$118 bilhões), 0,4% no Sul (R$552 bilhões), 0,4% no Nordeste (R$403 bilhões) e 0,3% no Centro-Oeste (R$330 bilhões).

Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros do crédito do sistema financeiro, incluindo operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 31,8% a.a. em fevereiro, mantendo trajetória de crescimento, com elevações de 0,4 p.p. no mês e de 6,1 p.p. em doze meses. O custo médio atingiu 50,6% a.a. no crédito livre (%2b1 p.p. no mês e %2b10 p.p. em doze meses) e 10,7% a.a. no crédito direcionado (-0,3 p.p. e %2b 2,4 p.p.).

A taxa média de juros alcançou 39,9% a.a. no segmento de pessoas físicas, com elevações de 0,7 p.p. no mês e de 7 p.p. em doze meses. No mês, registrou-se alta de 1,6 p.p. nas contratações com recursos livres, taxa média de 68% a.a. (cartão de crédito rotativo, %2b8 p.p.; crédito renegociado, %2b6 p.p.; crédito pessoal não consignado, %2b4,3 p.p) e declínio de 0,2 p.p. no crédito direcionado, taxa média de 9,7% a.a (financiamentos imobiliários: -0,3 p.p.).

No segmento de pessoas jurídicas, a taxa média de juros atingiu 22,7% a.a., declínio de 0,1 p.p. no mês e expansão de 4,6 p.p. em doze meses. No mês, a taxa aumentou 0,2 p.p. nas contratações com recursos livres, para 31,9% a.a. (cheque especial, %2b4,7 p.p.; desconto de duplicatas, %2b2 p.p.) e declinou 0,5 p.p. no crédito direcionado, para 11,8% a.a. (financiamentos para investimentos do BNDES: -0,6 p.p).

O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 20,8 p.p. em fevereiro, com aumentos de 0,7 p.p. no mês e 4,1 p.p. em doze meses. O avanço mensal repercutiu a elevação de 1,5 p.p., para 35,8 p.p., nas operações com recursos livres. No crédito direcionado, o spread contraiu 0,2 p.p., para 4 p.p. O indicador situou-se em 28,8 p.p. no segmento de famílias e em 11,8 p.p. no de empresas, com aumentos respectivos de 1 p.p. e 0,2 p.p. no mês.

A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, que corresponde à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, atingiu 3,5% em fevereiro, registrando estabilidade no mês e expansão de 0,7 p.p. em doze meses. A inadimplência no segmento de pessoas físicas manteve-se em 4,3 p.p., enquanto, no de pessoas jurídicas, elevou-se 0,1 p.p., para 2,8 p.p. No total das operações com recursos livres, o indicador permaneceu em 5,5 p.p., enquanto, no crédito direcionado, aumentou 0,1 p.p., situando-se em 1,5 p.p.

Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária somou R$244,3 bilhões em fevereiro, ao registrar retração no mês de 2,9% e crescimento de 1% em doze meses. A variação mensal refletiu decréscimos de 7,4% nas reservas bancárias e de 2,1% no papel-moeda emitido.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, destacaram-se os ajustes nas operações com derivativos, com impacto contracionista de R$11,8 bilhões, e as operações com títulos públicos federais, que apresentaram expansão de R$18,8 bilhões, a partir de compras líquidas de R$56,6 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de R$37,8 bilhões, no mercado primário.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) alcançou R$310,3 bilhões em fevereiro, com recuo mensal de 2,6%, decorrente das quedas de 2,1% no papel-moeda em poder do público e de 3,3% nos depósitos à vista. Em doze meses, o M1 retraiu 3,7%. O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos de poupança e títulos privados, declinou 0,1% em fevereiro, atingindo R$2,2 trilhões. Esse resultado foi determinado pelas retrações de 0,9% no M1, de 0,2% nos depósitos de poupança, cujo saldo atingiu R$649,5 bilhões, e pelo aumento de 0,2% nos títulos privados, que totalizaram R$1,3 trilhão. No mês, ocorreram resgates líquidos de R$6,6 bilhões nos depósitos de poupança e de R$4,2 bilhões em depósitos a prazo.

O M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 1,1% no mês, somando R$4,8 trilhões, reflexo do crescimento de 1,8% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que atingiu R$2,3 trilhões. As operações compromissadas com títulos federais expandiram-se 5,9% na comparação com o mês anterior. O M4, que agrega o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, registrou expansão de 0,7% em fevereiro e de 11% nos últimos doze meses, totalizando R$5,6 trilhões.

 

Redação O Povo Online

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