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Inflação no Japão fica estável em janeiro e eleva pressão sobre governo

11:40 | Fev. 26, 2016
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O índice de preços ao consumidor no Japão ficou estável em janeiro na comparação anual, informou o governo japonês. O dado, um duro golpe sobre os esforços do governo em elevar a inflação no país, mostra que o núcleo do CPI também ficou estável na mesma base de comparação.

O núcleo do índice, que exclui os preços dos alimentos, mas inclui energia, veio em linha com as expectativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires.

Já o índice de preços que exclui tanto alimentos como energia, a medida preferida do Banco do Japão (BoJ), desacelerou para 1,1% em janeiro, de 1,3% em dezembro, a primeira queda em um ano.

A inflação no Japão tem enfraquecido desde o ano passado, influenciada por uma menor demanda dos consumidores e a queda dos preços do petróleo. A autoridade monetária teme que o desalento contínuo dos preços possa levar empresas e famílias a mudar seu comportamento em função da inflação, o que poderia se traduzir na volta da espiral inflacionária. Atualmente, a meta do BoJ é de 2%.

O recuo da medida de inflação do BoJ, uma espécie de "núcleo do núcleo", é mais um fator a pressionar as autoridades japonesas. Até então, o discurso era de que o CPI vinha fraco apenas em reação ao tombo dos preços do petróleo, algo que o novo dado desconstrói.

A desaceleração do indicador acontece em meio a outro passo em falso do governo japonês. No início do ano, a autoridade monetária tentou chocar os mercados ao adotar juros negativos para algumas de suas taxas. Muitos, no entanto, acreditam que o movimento falhou em seus principais seus objetivos. Embora os rendimentos dos bônus tenham recuado, como planejado, o iene não se desvalorizou. Muitos japoneses também passaram a comprar cofres para guardar seu dinheiro ao invés de levá-lo ao banco.

Nas últimas semanas, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda tem sido chamado frequentemente pelo Parlamento para dar explicações. A decisão de criar um "núcleo do núcleo" veio do próprio Haruhiko, em outra tentativa de fazer os consumidores confiarem na alta da inflação. Fonte: Dow Jones Newswires.

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