Ministro das Finanças italiano pede cautela com reformas na zona do euro
Os comentários evidenciam as fortes discordâncias que ainda existem entre membros da zona do euro sobre do que a região de moeda comum precisa para controlar riscos e impulsionar o crescimento da economia. Os limites de exposição a tÃtulos dos governos têm o apoio de paÃses como Alemanha, Holanda e Finlândia, mas significariam um grande impacto para a Itália e seus credores, os quais detém mais de 70% da dÃvida do paÃs.
"Precisamos ser cautelosos ao colocar em prática regras que parecem bonitas no papel", disse Padoan.
Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças holandês, que preside as conversas entre os ministros da zona do euro, quer um acordo para o limite a exposição dos bancos a tÃtulos dos governos ainda este ano, com os limites entrando em vigor completamente em 2024. Isso asseguraria que os credores pudessem sobreviver à reestruturação da dÃvida dos governos, diz o ministro.
Padoan argumenta, porém, que os limites aumentariam o custo de funding dos governos e poderiam desestabilizar os mercados caso os bancos sejam forçados a uma venda apressada dos papéis. "Isso seria uma provável fonte de instabilidade", declarou, acrescentando que qualquer limite de exposição precisaria de acordo para implementação em nÃvel global.
Pelas leis internacionais, tÃtulos soberanos são considerados risco zero, o que faz com que credores possam acumulá-los sem precisar de proteção extra. Em 2014, os bancos da zona do euro detinham tÃtulos de seus paÃses-sede avaliados em 118% de seu capital, muito mais do que o que ocorre com bancos dos Estados Unidos, em que a média de exposição a tÃtulos do governo norte-americano é 14% do capital social.
De acordo com uma análise da Fitch Ratings de 2014, os maiores bancos da zona do euro precisariam se desfazer de Â? 1,1 trilhão em tÃtulos dos governos se fosse exigido que eles reduzissem sua exposição a 25% do capital, o que está em linha com limites de exposição para outros tipos de ativo. Se a exposição for limitada à 50% do capital, as vendas de tÃtulos poderiam alcançar Â? 800 bilhões.
Roma tem repetidamente discordado de Bruxelas e Berlim em meses recentes, em tópicos que variam da polÃtica energética ao fluxo de refugiados. Na terça-feira, Padoan terá um encontro com a Comissária Europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, para resolver uma disputa sobre um mecanismo de ajuda aos bancos italianos que permitiria que eles lidassem com bilhões de euros em maus empréstimos os quais tem contaminado seus balanços e estão impedindo-os de fornecer novos empréstimos. A comissão até agora tem rejeitado as propostas da Itália alegando que o paÃs estaria usando dinheiro de impostos para subsidiar maus empréstimos. Fonte: Dow Jones Newswires.
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