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Ata tira avaliação de que preço de petróleo pode ser transmitido por expectativas

10:00 | Jan. 28, 2016
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Tipo Notícia
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) retirou na edição desta quinta-feira, 28, a avaliação de que a evolução do preço de petróleo pode ser transmitida para a economia doméstica por meio das expectativas de inflação.

Essa percepção do colegiado constava do documento anterior. Agora, o parágrafo 22 cita, de forma geral, a moderação na dinâmica dos preços de commodities nos mercados financeiros internacionais.

Sobre o petróleo, o comitê voltou a dizer que, independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, a evolução dos preços internacionais tende a se transmitir à economia doméstica por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica.

"Deve-se ressaltar, também, o aumento das incertezas geradas pelos baixos preços do petróleo e suas implicações para empresas do setor e países produtores, bem como para os mercados financeiros em geral, com riscos para a estabilidade financeira global", escreveram os diretores do BC na ata.

A sinalização de uma piora do mercado internacional foi o principal argumento para que o Copom mantivesse na semana passada a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano. A decisão, no entanto, não foi unânime, com dois dos oito votos dissidentes querendo ver novamente uma alta da Selic para 14,75% ao ano.

Mercado de trabalho

Por meio de substituição de palavras, o Copom deu mais ênfase às mudanças que vêm ocorrendo no mercado de trabalho doméstico. Para o colegiado, a margem de ociosidade no mercado de trabalho tem aumentado em ritmo "mais forte", segundo ata divulgada na manhã desta quinta. Na edição anterior do documento, os diretores do BC optaram pela expressão "mais intenso" para descrever o mesmo trecho do parágrafo 26.

O BC também disse agora que os dados disponíveis confirmam a "intensificação" da distensão nesse mercado. No documento divulgado em novembro do ano passado, a palavra selecionada pelo colegiado para essa frase era "aceleração".

A diretoria manteve, no entanto, a análise de que ainda prevalece risco significativo na concessão de elevados aumentos de salários nominais, com repercussões negativas sobre a inflação. "Não obstante a ocorrência de variações reais de salários mais condizentes com as estimativas de ganhos de produtividade do trabalho, o Comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos", afirmam os membros do Copom.

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