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Venda de imóveis novos na capital paulista sobe 15,5% em outubro, diz Secovi-SP

07:25 | 08/12/2015
As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo registraram alta de 15,5% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 1.112 unidades, segundo pesquisa do departamento de economia e estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Em relação a setembro, houve baixa de 20%. A entidade ressaltou que 2014 já apresentava uma base de comparação abaixo do normal, já que as eleições de outubro acabaram afetando o desempenho do mercado.

O Valor Global de Vendas (VGV) no mês atingiu R$ 617,1 milhões, volume 8% superior ao mês de outubro de 2014. Frente ao mês de setembro, houve queda de 27,1%, referente à comercialização de R$ 846,5 milhões naquele mês. Ambos os valores atualizados pelo INCC-DI de agosto de 2015.

Com os dados apurados, o indicador Vendas sobre Oferta (VSO) de outubro ficou em 4%, inferior ao do mês anterior, de 5,0%, e abaixo da média de 5,1% apurada no ano. O VSO de 12 meses registrou queda, passando de 41,7% em setembro, para 41% em outubro. Comparado ao mesmo mês do ano passado, quando o indicador apontava 44,8%, a retração é um pouco maior.

A cidade de São Paulo encerrou o mês de outubro com uma oferta de 26.396 unidades disponíveis para venda, volume próximo da média anual de oferta, em torno de 27 mil unidades, de acordo com o Secovi-SP. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses, de novembro de 2012 a outubro de 2015.

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em outubro foram lançadas 1.769 unidades residenciais na capital paulista. Comparando com os resultados de setembro, houve um aumento de 67,4%, já que neste mês foram lançadas 1.057 unidades. No entanto, em relação a outubro de 2014, a variação foi de queda de 29,6%. No acumulado do ano, a redução de lançamentos alcança 31,3%.

Região Metropolitana

Com exceção da capital, as demais cidades da Região Metropolitana registraram a comercialização de 668 unidades em outubro, queda de 50,3% em relação ao mês de setembro, quando foram vendidos 1.343 imóveis. Em comparação com outubro de 2014, mês em que foram comercializadas 2.536 unidades residenciais, o recuo foi de 73,7%.

No mês de outubro, segundo a Embraesp, as demais cidades da região registraram o lançamento de 418 unidades, com queda de 75,5% em relação a setembro, quando se somou 1.708 unidades, e de 83,1% em relação a outubro de 2014.

O indicador VSO desses municípios, considerando as vendas de 12 meses, fechou em 45,6% em outubro. O desempenho de vendas manteve-se melhor do que o verificado na cidade de São Paulo, de 41,0%.

Revisão

O Secovi-SP revisou para baixo as projeções de vendas e lançamentos na cidade de São Paulo em 2015. De acordo com os novas estimativas, as vendas devem recuar entre 20% na comparação com 2014 para 17,3 mil unidades, enquanto os lançamentos devem cair entre 38%, para 21 mil unidades.

De acordo com a entidade, a queda nas vendas no ano reflete o ambiente desafiador que o País atravessa, em razão das crises política, econômica e institucional. A inflação, disse o Secovi-SP, insiste em se aproximar dos dois dígitos e pouco vem sendo feito para melhorar a situação.

"A esperança de que o ambiente no País pudesse melhorar no ano que vem está sendo adiada para 2017. Mas, se não houver reação por parte do governo, dos empresários e dos consumidores, este círculo vicioso de negativismo dificilmente será quebrado", apontou.

Em junho, o Secovi-SP projetava que as vendas recuariam entre 15% e 20% na comparação com 2014 para um intervalo de 17,3 mil e 18,4 mil unidades, enquanto os lançamentos cairiam entre 23% e 25%, para 25,5 mil a 26,2 mil unidades.

Entre as preocupações, o Secovi citou ainda a implantação do Plano Diretor Estratégico (PDE), que trouxe parâmetros de constrição mais restritivos e que no atual ambiente econômico resultará na redução da atividade imobiliária na cidade. Além disso, a redução da oferta, após período de ajuste, poderá gerar desequilíbrio no preço dos imóveis e aumentar o déficit habitacional.

O presidente do Sindicato, Claudio Bernardes, destacou também o alerta em torno da tramitação da Lei de Zoneamento. "Se for votada e aprovada de acordo com a atual proposta, o setor imobiliário ficará numa situação pior do que aquela que atualmente vem enfrentando", disse.

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