Setor se esforça para empregabilidade, mas há risco de demissão, diz Abraciclo
"O mercado está incerto e pode ser que haja um ajuste mais intenso no nível de produção para adequar os estoques", avaliou.
Em setembro, o setor empregava 16.376 trabalhadores, uma queda de 8,7% em relação aos 17.928 empregados no final de 2014.
"Porém, não vislumbramos um movimento unificado de demissões porque há um esforço individual de todas as marcas para manter a empregabilidade, já que é muito oneroso treinar mão de obra na área produtiva", ponderou.
Sobre a crise política pela qual o Brasil está passando, Fermanian adotou o tom cauteloso de outros empresários do setor industrial e disse que está "torcendo para que o nó político seja desatado rapidamente".
"Acreditamos que a partir do segundo semestre de 2016 a indústria vai começar a vislumbrar uma recuperação, com a melhora do ambiente político e econômico", comentou.
Em relação às exportações, ainda que o volume seja pequeno, o setor está otimista e projeta que haja uma alta 2,7% nas vendas externas em 2016, para 75 mil motocicletas.
O impulso seria puxado pela Argentina, que representa 60% do volume de exportações. "A mudança de governo na Argentina traz uma nova perspectiva para todo o mercado brasileiro. Nós vemos um momento muito mais favorável para o intercâmbio e o aumento da relação com os vizinhos argentinos", disse.