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Para indústria, crescimento depende do avanço em acordos de livre comércio

11:45 | 21/12/2015
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se juntou a outras entidades semelhantes da Argentina, do Paraguai e do Uruguai para pedir que o Mercosul avance nas negociações de acordo de livre comércio com a União Europeia. Para os empresários, a paralisia do bloco tem prejudicado a inserção do Mercosul na economia mundial e limitado os ganhos de exportações e investimentos externos. "Há mais de uma década, a indústria brasileira alerta sobre a necessidade de o Mercosul ter uma agenda econômica estratégica e de longo prazo. Chegou a hora. O crescimento do Brasil depende disso", diz o diretor de Desenvolvimento da CNI, Carlos Abijaodi.

De acordo com a CNI, na última década, o Mercosul perdeu um ponto porcentual como destino das exportações brasileiras, passou de 10%, em 2005, para 9%, em 2014. Nas importações, o bloco representava 10% e caiu para 7,5% no período.

A paralisia do Mercosul é reflexo também do esfriamento da relação comercial entre o Brasil e Argentina. Em uma década, o Brasil caiu 36,5% para 22,7% de participação de importações argentinas. Além disso, o Chile, que não faz parte do Mercosul, passou a ser o primeiro destino dos fluxos de investimentos brasileiros. No ano passado, o Chile recebeu 41,6% do capital brasileiro, enquanto a Argentina ficou com 25,2% - porcentual bem inferior ao verificado no biênio 2010/2011. Naquele período, os argentinos haviam recebido 46,5% e os chilenos 27,4%.

Para as entidades, o Mercosul tem duas tarefas imediatas: reduzir as barreiras aos fluxos de comércio e investimentos entre os países-membros e avançar na negociação de acordos comerciais relevantes, principalmente com a União Europeia.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que essa é a prioridade do Brasil continua sendo as negociações do Mercosul com a União Europeia, que foram retomadas em 2010. A oferta de bens, compras, serviços e investimentos foi aprovada, mas continua emperrada. A presidente Dilma Rousseff chegou a prever que a negociação se encerraria no fim deste ano.

A CNI e as outras entidades pedem que a troca de oferta entre os dois blocos seja realizada no curto prazo. "As entidades estão convictas de que esse acordo pode melhorar a posição competitiva dos países no comércio global, sobretudo com o movimento global de aprofundamento da produção por cadeias de valor", diz Abijaodi.

Segundo os dados da CNI, os acordos assinados pelo Mercosul dão potencial de acesso a somente 8% do comércio mundial, enquanto que os do México dão 65%, da União Europeia, 45%, e dos Estados Unidos, 25%.

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