PUBLICIDADE
Notícias

BCE está determinado a manter posição política por todos os meios disponíveis

08:55 | 10/12/2015
O Banco Central Europeu (BCE) poderá usar todos os instrumentos políticos à sua disposição, se as condições de financiamento ficarem apertadas, na sequência de um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, disse o membro do conselho executivo do BCE Yves Mersch.

Em Frankfurt, Mersch disse que a decisão de aumentar os custos dos empréstimos na maior economia do mundo sugere que as condições dos EUA estão melhorando, mas tal movimento tem um risco. Segundo ele, um aumento da taxa poderia "ter consequências sobre as curvas de juros fora dos EUA", como, por exemplo, nos mercados emergentes.

A maioria dos investidores espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) eleve as taxas de juros básicos pela primeira vez em nove anos na reunião que acontece na próxima semana, nos dias 15 e 16.

Em relação à zona do euro, Mersch disse que o banco vai continuar a apoiar a economia com a sua política monetária acomodatícia.

"Temos um mandato para cumprir na zona euro e, como já dissemos, estamos determinados a manter o que nós consideramos a postura mais acomodatícia da política monetária, se necessário, por todos os meios que estão à nossa disposição", disse ele.

Os comentários de Mersch lançam uma luz sobre a situação difícil que BCE se encontra em um momento em que ele injeta mais dinheiro na economia da zona do euro, enquanto o Fed se prepara para aumentar as taxas de juros.

Se um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos repercutir na zona do euro, ficaria mais caro para empresas e famílias do bloco financiar seus investimentos, prejudicando, assim, a recuperação e os esforços do BCE de manter as taxas de juros baixas.

Mersch também defendeu a decisão recente do BCE para expandir seu programa de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês). Ele repetiu o que o presidente do BCE, Mario Draghi, disse na semana passada, que o BCE ampliou o programa porque ele "deu certo".

Contra um cenário de continuação dos riscos para a inflação e para o crescimento, o BCE decidiu expandir seu programa de compra de ativos mensais no valor de 60 bilhões de euros por mais seis meses, até março de 2017. Ele também cortou sua taxa de depósito de -0,20% para -0,30%, o que significa que os bancos comerciais têm que pagar mais para realizar suas operações de financiamento por um dia com o Banco Central. O BCE também decidiu comprar títulos regionais e reinvestir os rendimentos de títulos de vencimento.

No entanto, o mercado não se animou, levando a uma queda das bolsas e uma disparada do euro. Mersch não descartou mais um corte na taxa de depósito no futuro.

"Nós ainda não tomamos uma decisão sobre qual deverá ser o limite inferior absoluto", disse ele. "Mas estamos conscientes de que taxas negativas não podem ser avaliadas como um instrumento contundente", acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

TAGS