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Abate de bovinos no Brasil deve cair 11% em 2015 ante 2014, diz Abiec

11:55 | 10/12/2015
O abate de bovinos no Brasil deve fechar 2015 em 22,6 milhões de cabeças, considerados os estabelecimentos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), estima a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). O volume representa uma queda de 11% na comparação com as 25,5 milhões de cabeças abatidas em 2014.

Segundo o presidente da associação, Antônio Jorge Camardelli, o mercado interno foi prejudicado pela situação econômica do País, com retração do consumo. Em compensação, ele espera que o cenário seja mais positivo em 2016, principalmente, com o auxílio do mercado externo, com a recuperação das exportações.

Exportações

As exportações brasileiras de carne bovina devem bater um recorde em 2016, afirmou Camardelli. Segundo estimativas da entidade, o faturamento das vendas externas da proteína deve somar US$ 7,5 bilhões, o que representa um avanço de 25% na comparação com a projeção para este ano, que é de US$ 6 bilhões.

Para o volume, a perspectiva da associação é de que os embarques totalizem 1,76 milhão de toneladas, com avanço de 25,7% na comparação com a expectativa de 1,4 milhão de toneladas este ano. A Abiec aposta, principalmente, na abertura de novos mercados para impulsionar os embarques e também na recuperação do cenário econômico de países importadores. "Este número não é ambição, estamos também recuperando um pouco do que foi perdido em 2015", disse.

Segundo Camardelli, o Brasil deve conseguir a habilitação para exportar carne in natura para os Estados Unidos no primeiro semestre do ano que vem, o que poderá gerar uma receita de US$ 102 milhões no segundo semestre. Recentemente, o governo brasileiro anunciou a suspensão do embargo japonês à carne brasileira processada, com isso, o Brasil está retomando seus embarques para o país com uma expectativa de gerar uma receita de US$ 19 milhões no próximo ano.

China

A Abiec pretende investir na abertura de novos mercados, como México e países da Ásia. Além disso, há planos de ampliar os embarques para China que, atualmente, compra apenas carne sem osso do Brasil. "O Brasil é o único player no mercado que pode fazer oferta com preço competitivo, quantidade e qualidade. Podemos ofertar qualquer tipo de corte", afirmou.

De acordo com a Abiec, as vendas brasileiras de carne bovina para a China devem registrar um faturamento de US$ 1,3 bilhão em 2016.

Camardelli afirmou que os embarques devem ser impulsionados pela habilitação de três novas unidades em novembro deste ano e pela expectativa de outras três novas plantas até janeiro. "É um mercado de todas as carnes, ingredientes, culinária e gourmet. Devemos entender como é que vamos participar melhor deste cenário", afirmou, sobre as oportunidades que a região oferece.

Ele disse ainda que, por questões burocráticas e de calendário, os embarques em janeiro ainda devem ser tímidos, mas que deverá haver avanço após este período.

Ainda para 2016, a Abiec espera faturar US$ 230 milhões com vendas para o Oriente Médio, US$ 19 milhões para o Japão e US$ 16 milhões para África do Sul.

OIE

Os Estados de Rondônia e Tocantins e o Distrito Federal devem receber a visita da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE na sigla em inglês) em fevereiro para a habilitação como regiões livres da febre aftosa afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.

Segundo Sampaio, uma das principais dificuldades de se exportar para a União Europeia é a falta de áreas certificadas no País. "Temos sofrido com os filtros impostos pela Europa que restringem nossa capacidade de oferecer carne para lá", disse. "Os animais precisam estar, no mínimo, 40 dias nas áreas livre de aftosa, 40 dias na propriedade certificada e, na hora que chega ao frigorífico, é preciso passar por um processo de maturação e higienização."

Atualmente, são cerca de 1.600 propriedades habilitadas para vender para os países europeus e um dos objetivos da Abiec é ampliar este número.

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