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Williams, do Fed, diz que próximo passo é alta dos juros e dados dirão quando

09:05 | 08/11/2015
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de São Francisco, John Williams, afirmou neste sábado que ele ainda visualiza uma alta da taxa de juros, destacando que é importante que o processo caminhe para que futuras altas possam vir num passo gradual.

Williams, que vota nas reuniões de política monetária, evitou dizer quando ele gostaria de elevar as taxas. "Vejo o próximo passo como o início de um processo de gradualmente elevas as taxas de juros", disse ele num discurso feito em Tempe, no Arizona. Dados econômicos vão determinar "o quando", declarou.

O discurso ocorreu em meio a um robusto crescimento das expectativas de que o Fed vai elevar as taxas de juros na reunião de política monetária de meados de dezembro. Na semana passada, a presidente do Fed, Janet Yellen e o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disseram que a reunião de dezembro poderia trazer alguma ação se a economia caminhar conforme a previsão do órgão. Dados de contratação de trabalhadores de outubro vieram robustos e reforçaram as expectativas do mercado de uma alta dos juros.

Muitos integrantes do Fed estão prontos para agir, mas alguns continuam a mostrar preocupação de que a inflação está baixa demais perto da meta de 2% e consideram ainda o ambiente de enfraquecimento do crescimento global.

Williams disse reconhecer que a decisão do Fed de não elevar as taxas em outubro foi "apertada" e afirmou que poderia haver argumentos tanto para subir as taxas como para mantê-las como estão. "Por um lado, a economia continua a crescer e está se aproximando do pleno emprego", comentou. "Por outro lado, em grande parte devido a acontecimentos externos, a inflação permanece mais fraca do que gostaríamos", disse.

Para Williams, há boas razões para o Fed acabar com a política adotada para lidar com situação de emergência na economia. Ele ainda afirmou que espera que o Fed adote a política correta, com maiores taxas servindo como um "sinal positivo" sobre o cenário.

"Um início mais cedo do processo de alta dos juros poderia permitir uma normalização da política mais gradual e suave, dando espaço para que ajustemos nossas respostas a qualquer surpresa nas condições econômicas", declarou Williams. "Se fôssemos esperar muito para elevar as taxas, a necessidade de correr atrás poderia não deixar muito espaço de manobra", acrescentou.

Williams adotou um tom otimista sobre o cenário econômico e disse que é normal que o ritmo de criação de empregos tenha desacelerado ante dados recentes, uma vez que a continuidade daquele ritmo poderia causar problemas.

Com a taxa de desemprego em 5%, disse, "atingiremos nosso mandato máximo do ano para o emprego e estou crescentemente confiante de que a inflação vai gradualmente se mover na direção da nossa meta de 2%", afirmou. Ele acrescentou que vê o crescimento real do Produto Interno Bruto em torno de 2% na taxa anual em média para o período entre o segundo semestre de 2015 e 2016.

Williams afirmou que o risco de alta para este cenário seria uma recuperação ainda mais rápida do mercado imobiliário. Já o risco de baixa viria da ameaça que representam hoje problemas na economia de outros países e de uma potencial apreciação ainda maior do dólar em relação a outras moedas, o que poderia afetar as exportações norte-americanas, declarou.

Comentando que tem havido muita cobertura da imprensa sobre o Fed recentemente, Williams considerou que isso é esperado, uma vez que a decisão está ficando mais próxima de ser tomada. Para ele porém, com o tempo, parte do efeito de atração de atenções das notícias deve passar e menos atenção estará concentrada no Fed, declarou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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