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Marfrig vai retomar operação de frigorífico em Alegrete

14:35 | 17/11/2015
A Marfrig vai retomar em 100% as operações no frigorífico de Alegrete, no Rio Grande do Sul. A unidade seria fechada em janeiro passado, mas a Justiça impediu, obrigando a empresa a manter o frigorífico funcionando mesmo que abaixo da capacidade com um número menor de funcionários. Agora, a empresa afirma, em nota, que nos próximos dias começará a preencher "mais de 300 posições" a fim de reforçar os abates. A unidade é uma das 15 que o grupo mantém no Brasil.

A decisão vem na esteira das negociações trabalhistas após o grupo anunciar a suspensão das atividades na fábrica, em janeiro deste ano, o que resultaria em demissão de 600 funcionários. A Marfrig alegava que a unidade estava deficitária e sem perspectivas de mudança no curto e médio prazos. Entre as dificuldades apresentadas estavam a falta de matéria-prima e a necessidade de investimentos em melhorias estruturais.

Na ocasião, a suspensão foi impedida pelo juiz do Trabalho José Carlos Dal Ri, de Alegrete, até que houvesse um acordo entre o frigorífico e o sindicato da categoria. Sob mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio Grande do Sul, a Marfrig decidiu então manter 300 funcionários da unidade, de um total de 620, por pelo menos um ano, além de realocar até 120 empregados para outros frigoríficos no Estado - a companhia mantém unidades em Bagé e São Gabriel. Naquela ocasião, ainda, a empresa também abriu um programa de demissões voluntárias para os funcionários.

Ao longo de 2015, a Marfrig fechou um terço dos seus frigoríficos no Brasil, cortando em 29% a sua capacidade autorizada. O principal argumento da indústria para a suspensão das atividades foi a escassez de animais prontos para o abate, o que elevou os preços do gado em nível nacional, comprimindo a rentabilidade das empresas do segmento. Nos primeiros nove meses do ano, o volume de abates de bovinos da Marfrig no Brasil caiu 9%, uma retração de 171 mil cabeças.

Com o fechamento de fábricas selecionadas, a Marfrig pôde deslocar parte da oferta de gado para unidades ainda em funcionamento, aumentando sua taxa de utilização e eficiência - o que resultou em melhora de margens no período. A capacidade efetiva em uso ficou em 93% no trimestre passado, acima da meta da companhia, que é de 90%.

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