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Brasil perdeu 1,237 milhão de vagas formais ante o 3º trimestre de 2014, diz IBGE

09:25 | 24/11/2015
O País perdeu 1,237 milhões de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado no terceiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda foi de 3,4%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta terça-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao segundo trimestre, o recuo nas vagas formais foi de 1,4%, 494 mil postos com carteira a menos. "As pessoas estão perdendo carteira de trabalho e se inserindo no mercado por conta própria, ou até abrindo um pequeno negócio", apontou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O total de trabalhadores por conta própria aumentou 3,5% ante o terceiro trimestre de 2014, 760 mil pessoas a mais nessa condição, enquanto os empregadores cresceram 7,9%, aumento de 297 mil. "Isso pode ser pequenos negócios abertos, com duas ou três pessoas empregadas", observou Azeredo.

O emprego sem carteira no setor privado diminuiu 0,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, 81 mil pessoas a menos no período de um ano.

Dois dígitos

A taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua deve atingir dois dígitos em 2016, avaliou nesta terça o economista sênior da Haitong, Flávio Serrano.

"Os dados da Pnad confirmam a deterioração do mercado de trabalho, que é reflexo da desaceleração intensa da economia. E é bem provável que esse processo de correção se intensifique até pelo menos meados do ano que vem, já que ainda não vemos sinais de acomodação da atividade", afirmou. "No entanto, como os efeitos do mercado de trabalho são defasados, não podemos imaginar até quando vai haver essa piora".

O IBGE informou que o desemprego medido pela Pnad Contínua atingiu 8,9% no terceiro trimestre de 2015. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego era de 6,8%. Serrano, por sua vez, trabalhava com uma taxa de 8,8% nos três meses encerrados em setembro.

"Esperávamos essa piora no mercado de trabalho por causa do ajuste econômico. Isso é ruim em termos de conjuntura, mas deve ter reflexos positivos em um novo ciclo de crescimento econômico guiado pelo investimento", disse.

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