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MCM revê projeções de inflação de médio prazo e indica IPCA de 10% em 2015

17:30 | 01/10/2015
A deterioração do cenário fiscal e a depreciação expressiva do real levaram a MCM Consultores a rever suas projeções para a inflação de médio prazo. Em relatório enviado a clientes, a consultoria afirma que deverá revisar sua previsão de IPCA para 10% em 2015 e "para algo perto de 6,5%" em 2016. A partir daí, espera que a alta dos preços comece a desacelerar, mas sem alcançar a meta de 4,5% até o fim do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2018. A empresa pondera, contudo, que uma trajetória "explosiva" da inflação poderá ocorrer, caso o modelo de política econômica adotado pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, chamada de "nova matriz macroeconômica", volte à tona.

"Estamos em processo de revisão do nosso otimismo cauteloso em relação à inflação de médio prazo para algo mais perto do pessimismo puro e simples", afirmam os consultores da MCM no relatório. No documento, a consultoria lembra que, ao longo de setembro deste ano, as expectativas para inflação, que estavam se ancorando, voltaram a subir. Para a consultoria, ainda que a melhor definição para esse processo seja de "ancoragem em novo patamar" - e não "desancoragem" -, trata-se de uma "má notícia", "dada a distância enorme que nos separa hoje da meta de 4,5%". De acordo com o último boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 28, analistas do mercado financeiro preveem IPCA de 9,46% em 2015 e de 5,87% no próximo ano.

Na avaliação da MCM, a percepção sobre a perda da âncora fiscal no Brasil não é um "mero fenômeno de curto prazo". Para a consultoria, a economia brasileira vive atualmente um regime de "dominância fiscal light". "E tudo fica mais complicado porque esse quadro (cenário fiscal deteriorado e real desvalorizado) não tem perspectiva de melhora no curto ou no médio prazo", ressaltam os consultores no relatório. Na avaliação dos consultores, a ajuda fiscal "não virá na medida necessária". Com isso, o Banco Central terá de caminhar na "corda bamba", com recessão e dívida pública crescendo de um lado e inflação elevada do outro.

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