Estudo da SAC mostra que 252 cidades têm potencial para receber voos diretos
Entre os voos com potencial de demanda diária estão as rotas Rio de Janeiro - Vila Velha (ES) e Macaé (RJ) - Santos, que ainda não recebem voos regulares. Os passageiros ouvidos pela SAC também gostariam de ver criadas rotas diretas como Blumenau (SC) - São Paulo e Campo Grande - Rio de Janeiro.
O levantamento comprova que o Estado de São Paulo é a origem e o destino da maioria dos passageiros brasileiros. O aeroporto de Guarulhos é o mais influente do País: chegaram ou partiram dele pessoas de 312 diferentes municípios. Em segundo lugar está o aeroporto de Viracopos, em Campinas, que recebeu passageiros de 282 cidades. Em quinto lugar aparece Congonhas, com usuários indo ou voltando de 212 municípios.
Em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a SAC entrevistou mais de 150 mil passageiros em 2014 com um questionário de 70 perguntas. A pesquisa foi feita nos 65 maiores aeroportos do País, responsáveis por 98% do fluxo aéreo nacional. Chamado de "O Brasil que Voa", o estudo traçou um perfil dos passageiros, aeroportos e rotas, mostrando que as pessoas que usam o modal de transporte vêm ou vão para 3.590 municípios, ou 64% das cidades brasileiras.
A pesquisa revelou ainda que 45% dos passageiros no ano passado tinha renda mensal entre dois e dez salários mínimos. A maioria das pessoas que voam no Brasil tem entre 31 e 45 anos, compra passagem com menos de um mês de antecedência e viaja para trabalhar ou estudar. O estudo também aborda detalhes dos hábitos dos passageiros como o trajeto até o aeroporto, feito sobretudo por táxi, e o gasto médio de R$ 50 nos terminais até a chamada final para o voo.
A partir dos questionários, a SAC montou um banco de dados com 10,5 milhões de repostas que serão usadas pelo órgão para desenvolver estratégias e políticas públicas para o setor. Em 2014, foram 199,3 milhões de viagens aéreas no País, e a previsão é de que a movimentação anual de passageiros chegue a 600 milhões em 2034.
O ministro da SAC, Eliseu Padilha, destacou a "democratização da passagem aérea", uma vez que o estudo mostrou que diversas classes sociais voaram em 2014. Entre 2004 e 2014, o número de passageiros no País cresceu 170% e o preço dos bilhetes aéreos caiu 48%. "O avião não é mais coisa de gente rica", enfatizou.
O ministro lembrou ainda que foram investidos R$ 15,6 bilhões no setor nos últimos cinco anos e citou o Programa de Aviação Regional que estaria pronto para ser implantado. "Temos conseguido fazer que os investimentos do setor privado sejam feitos e alguns dos nossos parceiros inclusive já fizeram mais investimentos do que o planejado porque perceberam que haveria retorno", relatou.