CNC revisa expectativa de crescimento do PIB de 2015
Economia deverá ter seu pior desempenho desde 1990, quando o Produto Interno Bruto (PIB) apurou retração de 4,4%
Após a divulgação dos dados relativos ao mercado de trabalho no terceiro trimestre, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de -2,8% para -3,1% sua expectativa de crescimento do PIB para 2015. Para 2016, a expectativa é de uma queda menor (-1,8%).
Os principais fatores para a avaliação da entidade em relação ao PIB de 2015 foram o prolongamento do aperto monetário e a desvalorização da taxa de câmbio. Em julho, a mediana das expectativas, tomadas semanalmente pelo Banco Central, indicava uma queda de 0,25 ponto percentual da taxa Selic a partir de abril de 2016.
O cenário atual não contempla essa possibilidade, pelo menos até junho do ano que vem. Naturalmente, a maior desvalorização cambial trimestral (%2b28,1% em relação ao real) desde o terceiro trimestre de 2002 (%2b37,0%) impôs esforço maior da autoridade monetária para conter a escalada do nível geral de preços.
Os níveis de confiança do setor produtivo e dos consumidores, que, ao final do terceiro trimestre, registravam seus respectivos pisos históricos, corroboram a conjuntura atual desfavorável à retomada do crescimento econômico.
A perda generalizada de dinamismo na agropecuária, na indústria e nos serviços, se reflete na queda dos índices de confiança disponíveis para os setores produtivos. Assim como nos últimos três anos, o setor secundário deverá continuar a registrar os resultados mais desfavoráveis sob a ótica da oferta nas contas nacionais. A CNC projeta que o PIB industrial encolha neste e no próximo ano (-5,3% e -2,6%, respectivamente). O setor terciário, responsável por mais de 70% do PIB a preços de mercado, deverá registrar seu pior desempenho desde 1981 (-2,5%).
Redação O POVO Online