BNDES não ter repasse do Tesouro em 2015, prevê superintendente
O representante do BNDES lembrou que, desde 2009, o Tesouro repassou quase R$ 400 bilhões à instituição, o que permitiu o seu crescimento e a destinação de financiamentos para a economia brasileira. "Este ano o banco não teve captação junto ao Tesouro e a tendência é se sustentar com o funding que dispõe hoje", explicou. Segundo ele, em 2015 mais de 90% do funding virá do retorno de investimento passados.
Contrariando o que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vinha dizendo até recentemente, Siffert afirmou que o ambiente atual de Selic elevada e TJLP em alta gera condições não muito adequadas de atratividade para que os mercados de capitais ajudem no financiamento dos projetos de infraestrutura. "Temos de aproveitar 2015 e 2016 para originar os projetos, planejar, colocar em leilão. Com a perspectiva de a Selic cair em 2017 e a convergência da TJLP, a possibilidade de emissão de debêntures cresce muito", afirmou. Coutinho vinha dizendo que isso ocorreria já em 2016.
Siffert disse que o BNDES deve se preparar para contribuir com um cenário no qual a infraestrutura representará um motor de crescimento da economia. "O ideal seria que os desembolsos para infraestrutura saíssem do patamar atual de R$ 8 bilhões para algo em torno de R$ 24 bilhões, R$ 25 bilhões, mas não só com o BNDES, com uma maior participação do setor privado, com os outros R$ 17 bilhões. Esses investimentos têm externalidades sobre a economia que são bastante expressivas, aumentam a competitividade", afirmou.
Ele afirmou que, entre os Brics, o Brasil é o que possui maior participação privada no financiamento de infraestrutura e que se o governo conseguir avançar com os projetos do Programa de Investimento em Logística (PIL), a taxa de investimento em relação ao PIB pode superar 20% nos próximos anos.
O superintendente lembrou que o BNDES tem atualmente 422 projetos em sua carteira, sendo 66% aprovados e em desenvolvimento, 28% em análise e 6% em carta consulta.