Trabalhadores da Scania aprovam reajuste menor para evitar demissões
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, o novo acordo prevê reajuste salarial de 5% retroativo à data base da categoria (1º de setembro), mais um abono de R$ 6 mil, previsto para ser pago em janeiro do próximo ano e não incorporável ao salário. Pelo acordo antigo, o reajuste seria acima da inflação, de 12%.
O acordo aprovado pelos trabalhadores também incluiu a antecipação para abril do pagamento da primeira parcela do 13º salário do próximo ano. Prevê ainda o adiantamento para junho do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Em São Bernardo, a Scania emprega aproximadamente 3,2 mil pessoas.
Demissão
O diretor do sindicato Carlos Caramelo ressaltou, em nota, que a composição do novo acordo equivale ao reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2015 e evita a demissão de 450 trabalhadores. Segundo o dirigente, a negociação também descartou a terceirização dos setores de segurança e alimentação.
"Durante toda negociação, a empresa argumentava já trabalhar com nova queda na produção no primeiro trimestre de 2016, e que isso gerará um excedente que ela já pretendia demitir", afirmou Caramelo. A Scania, contudo, não descarta voltar a negociar com o sindicato caso a crise vivida pela indústria automotiva brasileira piore.
De janeiro a agosto, a produção de caminhões no Brasil acumula queda de 46,7% em relação a igual período do ano passado, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O recuo é resultado da retração de 43,5% nas vendas de caminhões novos no País nesse período.