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Setor de transporte cobra R$ 16 bi por ano ao Governo Federal

Com a presença do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, a abertura do Seminário Nacional da NTU, que dita as tendências e demandas do transporte público no Brasil

15:24 | 02/09/2015
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O setor de transporte público cobra do Governo Federal R$ 16 bilhões por ano, durante cinco anos. Os recursos são para construir quatro mil quilômetros de corredores de BRT (Bus Rapid Transit) e seis mil quilômetros de faixas exclusivas para ônibus no Brasil. A provocação foi dirigida ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pelo presidente da Diretoria Executiva da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho. Ambos participaram da abertura do Seminário Nacional da NTU 2015, neste quarta (2/8), em São Paulo (SP).

 “Tem que ser do orçamento (do Governo Federal) e não capacidade de endividamento do município. As economias justificam. Vai gastar menos com o SUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo. Cabe ao Governo Federal fazer esse comando. Os municípios querem fazer, mas, muitas vezes, não têm os recursos necessários”, defendeu Otávio.

 Ainda em tom de reivindicação, o presidente ressaltou que, desde o governo do presidente Collor de Mello (1990 a 1992), que não há investimento do governo em transporte público. “Crise não é motivo para cessar investimento. É, na verdade, um alerta para novos investimentos. O preço de não investir é muito maior do que não investir”, afirmou Otávio. Ele revelou que o gasto extra com combustível em congestionamento e o prejuízo com acidentes pode chegar a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira disse que reconhece os avanços, mas sustentou que o Governo Federal não está, “nem de perto”, fazendo a parte dele. “Ficou mais elevado o ICMS para transporte em 50%. Foi de 2% para 3%. Quem viaja de avião, por exemplo, paga menos imposto. Precisamos de zerar tributo e ter investimento em infraestrutura”, cobrou.

 É preciso critérios. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, afirmou que os orçamentos municipais, estaduais e federais puseram uma atenção maior ao transporte público desde as manifestações de 2013, no qual o segmento estava na pauta da população que foi às ruas. “Subsídios são necessários. Deve ter o ponto de equilíbrio. Não pode ser concedido pra quem não precisa e deve ser concedido até o limite pra quem precisa”, explicou. “Não somos um país rico, têm as crises internas e externas. Precisamos de um plano diretor para atingir os objetivos.” Kassab lembrou que o Governo Federal, por meio do fundo de garantia, concedeu R$ 2 bilhões para o transporte em São Paulo, na forma de financiamento. Mas defendeu que falta integração entre ministério, empresas e a Caixa Econômica Federal. “Existe um grupo de trabalho que esta revendo as normas de concessão de recursos para as empresas.”

 

* O jornalista viajou a convite do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus-CE)

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