Recompra de dívidas se torna atraente para bancos brasileiros, diz Fitch
Os bancos realizando essas operações têm como alvo dívidas de alto custo e denominadas em dólar. Em 8 de setembro, o BMG anunciou a recompra de US$ 100 milhões em papéis que venceriam em 2019 e 2020, enquanto o Banco Votorantim anunciou no mesmo dia uma recompra de US$ 310 milhões em papéis com vencimento em 2020. "Os dois bancos mantêm atualmente níveis confortáveis de liquidez e capitalização", dia a agência.
A Fitch diz que outro fator a motivar a recompra é a mudança na elegibilidade desses papéis como capital Tier 2, no âmbito da convergência do Brasil para as regras de Basileia 3. Outros bancos, a maioria pequenos e médios, também têm recomprado papéis diretamente no mercado secundário.
Para a maioria dos bancos brasileiros, o financiamento de longo prazo no exterior perdeu a atratividade, devido aos altos custos de hedge e à fraca perspectiva de crescimento dos empréstimos. A Fitch diz que, no atual ambiente para as empresas brasileiras e devido à deterioração geral na qualidade dos ativos, o crescimento fraco dos empréstimos deve manter a pressão sobre o lucro de muitos bancos brasileiros. "Porém, nós em geral vemos os bancos brasileiros mantendo níveis de capital em níveis condizentes para os ratings concedidos", diz a agência.