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Para ex-ministro Nelson Machado 'freio de arrumação' na economia é normal

14:30 | 17/09/2015
O ex-ministro do Planejamento e da Previdência no governo Lula, Nelson Machado, afirmou que um "freio de arrumação" na economia, como o que o Brasil passa agora, é normal. Segundo ele, a economia brasileira vive hoje os impactos principalmente da crise internacional iniciada em 2008.

"Nós temos hoje uma crise grande, que vem principalmente dos desajustes da economia internacional e também das tentativas de trabalhar o alinhamento para sair da crise de 2008. Qual foi a estratégia fundamental para sair da crise? Foi tentar políticas anticíclicas e ações que buscavam ampliar o investimento. Houve um forte trabalho nessa linha, mas a crise continuou e aprofundou, então chega uma hora que você tem que pôr o pé no freio e reorganizar, é normal", comentou com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, após participar do seminário "ICMS e o futuro dos Estados", realizado pela Associação dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, pela FGV e pelo Estadão, no Guarujá (SP).

Questionado se a atual crise fiscal não tem origem justamente nas políticas de incentivos tributários, Machado disse que as respostas são analisadas de acordo com cada nova situação que se apresenta. "Essa discussão de saber onde está o marco inicial e a culpa não leva a nada. E fora que ser engenheiro de obras feitas é a coisa mais fácil do mundo", afirmou.

Para o ex-ministro, a principal questão que se apresenta agora é saber quem paga a conta do ajuste fiscal, ou seja, se será por meio de cortes de gastos ou aumentos de impostos. "Mas como reduzir despesas se o Congresso fica criando pauta-bomba todo dia?", questiona. Segundo ele, a CPMF não é a solução ideal, mas tem um forte potencial de arrecadação. "É um tributo que, sem distorcer a cadeia produtiva - dado que a alíquota é pequena - tem um potencial forte. Permite fazer uma ponte entre o momento atual e o futuro, que a gente imagina que será melhor", comentou. Na visão de Machado, o setor empresarial poderá entender que é mais barato pagar esse imposto do que ter um aumento nos custos de financiamento se o Brasil perder o grau de investimento por outra agência de rating.

Machado não quis fazer uma previsão de quando o Brasil voltará a crescer, mas comentou que toda economia tem seus ciclos. "Passada essa fase, a gente volta a crescer. Não sei dizer em qual trimestre, semestre, mas volta".

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