No IPC de agosto, Habitação surpreendeu levemente para cima, avalia Fipe
"Isso fez com que Habitação escapasse um pouco do previsto, o que foi parcialmente compensado pela queda um pouco maior em Alimentação (-0,52%)", completou. A previsão da Fipe para o grupo Habitação era de 1,45% e, para Alimentação, -0,44%. Os demais grupos, disse Chagas, ficaram dentro do esperado.
A maior pressão em Habitação, e do IPC, foi o item energia elétrica, que subiu 9,76% e respondeu por 58,12% de toda a inflação do mês, encabeçando a lista dos itens em alta que mais contribuíram para a inflação. "Energia continuou fazendo estrago e agora teremos gás de botijão, com peso que não é desprezível dentro do IPC", disse.
A Petrobras reajustou no dia 1º o preço médio do Gás LP, o gás de botijão, em 15%. Se a alta for repassada integralmente ao consumidor, a Fipe calcula que o impacto no IPC é de 0,16 ponto em 2015. "O efeito vai ser dividido entre setembro e outubro. Se já aparecer na pesquisa de ponta desta semana, pico deve ser na virada do mês", disse Chagas.
O coordenador afirmou que a "boa notícia" é que os alimentos estão ajudando a segurar a inflação. A forte queda de 0,52% do grupo no mês passado foi puxada pela deflação de produtos in natura (-3,42%) e semielaborados (-0,73%).
Os itens industrializados, por sua vez, subiram 0,41%, assim como Alimentação Fora do Domicílio, que avançou 0,77%. Batata (-14,90%), tomate (-12,05%) e cebola (-10,84%) lideraram o ranking das quedas que mais contribuíram para o IPC em agosto. Segundo Chagas, entre os in natura, "ovos foram a única alta", de 0,50%.