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Mercado voltará a demitir se repasses atrasarem

21:02 | 24/09/2015
Se os repasses no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continuarem a atrasar, André Montenegro, presidente do Sindicado da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), diz que as demissões podem voltar a acontecer no Estado. Foram menos 6 mil postos de trabalho perdidos este ano no Ceará. No Brasil, segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), serão 500 mil demissões até o final de 2015.

Uma das alternativas para continuar a estimular o mercado é por meio de parcerias público-privada, conforme afirma Martins, durante o 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Salvador (BA). "Elas melhorariam a qualidade do serviço público e estimulariam o crescimento do País", afirma. E é nisso que o Sinduscon-CE já vem trabalhando. Para isso, realizará o Seminário Regional Nordeste sobre Concessões e PPP's juntamente com a CBIC, no dia 1º de outubro, no Centro de Eventos do Ceará.

Foco em estoque
Por causa da instabilidade econômica é que o mercado da construção no Brasil lançou 13% a menos em 2015 na comparação com o ano passado, segundo dados até julho do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

No caso do Ceará não é diferente. As empresas têm ofertado campanhas para diminuir seus estoques e estão segurando lançamentos. Emanuel Capistrano, diretor operacional da Mota Machado e vice-presidente do Sindiscon-CE, diz que a empresa tem doze projetos em andamento, porém ainda possuíam seis projetos para lançar. "A gente sabe que o momento é de muita prudência. Vamos esperar para ver como o cenário se comporta", analisa.

Apesar de terem seguido a tendência dos outros mercados, Capistrano diz que o Fortaleza se diferencia. "Somos bem regulados e a gente troca muita ideia, sinaliza o que vai entrar para não ofertar demais".

Flávio Amary, vice-presidente do Secovi-SP, esteve recentemente em Fortaleza e avalia que o setor da construção teve crescimento. "No mercado imobiliário, de maneira geral, existem lugares que a demanda ainda existe e a oferta ainda não supriu a demanda. Houve queda nos lançamentos de São Paulo, mas não se pode dizer que houve um estado ou cidade que sofreu mais ou menos com a crise. Todos sentem", conclui.
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