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'Estamos num nível relativamente alto de juros', diz chefe de departamento do BC

12:40 | 23/09/2015
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, apresentou nesta quarta-feira, 23, uma série de novos recordes de taxas de juros em agosto, ultrapassando patamares já altos vistos no mês anterior. "Isso é para ilustrar que estamos num nível relativamente elevado de juros e o ciclo de alta da Selic é o principal determinante desse movimento", resumiu.

Ao comentar sobre o juro do rotativo de cartão de crédito, que passou a marca de 400% ao ano no mês passado, o técnico salientou que essa modalidade de financiamento já possui origem dúbia porque é formado por falta de pagamento do valor principal do cartão. "O juro de 400% ao ano sem dúvida reflete, em parte, inadimplência elevada, mas, claro, taxas de juros mais altas contribuem para inadimplência maior", afirmou.

Modalidade de crédito

Tulio Maciel disse que as modalidades de crédito para empresas associadas a atividade econômica tem mostrado contração. Ele deu como exemplo o crédito rotativo, que caiu 0,8% entre julho e agosto e acumula queda de 1,2% em 12 meses.

As linhas que cresceram foram as associadas ao setor externo. O financiamento para as importações avançaram 3,2% no mês passado, para as exportações a alta foi de 3,5%; a linha de repasse externo cresceu 7,9% no mês. "No caso de linhas para exportação não é só câmbio, as vendas aumentaram, teve aumento de concessões", disse.

BNDES

O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou também que a expansão do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em agosto se deu exclusivamente pela influência do câmbio. No mês passado, a alta do dólar foi de 7,45% e a parte da carteira do banco está atrelada a essa variável. "Não fosse isso, a alta de 0,9% em agosto sobre julho seria negativa em 0,1%", disse.

A oferta de crédito pelo BNDES mostra um crescimento "bem mais modesto" por causa das concessões, que caíram 26% no ano, segundo o técnico. "Claro, os juros aumentaram, a TJLP subiu depois de vários anos em 5% e o próprio ciclo de atividade; isso tudo implica em demanda menor por investimento", comentou.

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