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Condições de mercado definem dólar, diz chefe de departamento do BC

12:40 | 22/09/2015
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, evitou nesta terça-feira, 22, fazer comentários sobre o dólar, que passou a marca de R$ 4,00 na manhã do dia. "Não faço referência ao patamar da taxa de câmbio", disse, acrescentando que o câmbio flutuante reflete as condições de oferta e demanda e traz equilíbrio às contas externas. "As condições de mercado definem o câmbio e temos visto oscilação. Vemos o regime funcionando com repercussões em diversos itens, tanto em transações correntes quanto em outras contas", afirmou.

Maciel disse ainda que as atuações do Banco Central nesse mercado têm como referência reduzir a volatilidade do mercado e oferecer liquidez ao sistema.

Segundo o técnico, as incertezas no cenário interno e externo são relevantes para o Investimento Direto no País (IDP). "O câmbio contribui para o IDP, tornando mais atrativos os ativos", avaliou.

Além disso, citou uma sazonalidade positiva no fim do ano, quando ingressos são mais acentuados. Mesmo assim, o BC reduziu a projeção para o IDP de US$ 80 bilhões para US$ 65 bilhões. "A projeção de US$ 65 bilhões é praticamente uma tendência dos ingressos observados até agosto", justificou. "A revisão para o IDP é influenciada pelo que temos observado."

A diminuição, de acordo com ele, não é casual. Ao mesmo tempo que diminuiu a estimativa para o IDP, o BC também revisou para baixo sua previsão para o déficit da conta corrente em 2015 e ressaltou que 100% do rombo será financiado pelo IDP. "O câmbio flutuante traz equilíbrio às contas externas", resumiu.

Balança

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central afirmou que a balança comercial teve impacto importante na previsão menor de déficit em transações correntes, com um ganho de US$ 9 bilhões. "A taxa de cambio é fundamental pra explicar esse comportamento desses últimos meses", ponderou Maciel. Questionado sobre a taxa de câmbio de referência usada para essas projeções, o técnico do BC afirmou que para se fazer essas previsões é preciso projetar uma taxa e por isso ele não poderia divulgar o valor.

Taxa de rolagem

O Banco Central manteve a perspectiva de uma taxa de rolagem de 100% para o fim do ano. Segundo Maciel, essa porcentagem é conservadora e os dados parciais de setembro indicam, na avaliação dele, uma taxa maior.

Até 18 de setembro, a parcial mostra taxa de rolagem total em 225%, sendo 238% para papéis e 213% para empréstimos diretos. "Na medida que a amortização diminui, temos taxas de rolagens mais elevadas", observou Maciel. Ele também apresentou dados parciais para ações e renda fixa: o primeiro apresentou ingresso de US$ 559 milhões e o segundo saída de US$ 1,971 bilhão.

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