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Com perda de estabilidade, mais gente procura emprego, diz IBGE

11:00 | 29/09/2015
A perda de estabilidade no emprego tem levado cada vez mais pessoas a buscar trabalho, afirmou nesta terça-feira, 29, Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, a extinção de quase um milhão de postos formais no trimestre até julho ante igual período do ano passado impacta essa decisão.

"Isso significa perder plano de saúde, fundo de garantia, emprego que tem a garantia de seguro-desemprego. Tudo isso se traduz em perda de estabilidade", disse Azeredo. "Na falta de opção de um emprego estável, além de buscar se inserir no mercado de trabalho, você leva pessoas do domicílio junto com você para tentar recompor essa estabilidade", acrescentou.

O processo é o mesmo já visto desde o início do ano, lembrou o coordenador. A novidade, segundo ele, é que o crescimento no número de desocupados não parou, um sinal de que as pessoas seguem sentindo dificuldades para compensar as perdas. "Atingimos números ainda maiores", afirmou Azeredo. No trimestre até julho, o Brasil tinha 8,622 milhões de desempregados, o maior nível já visto na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012.

Um mercado de trabalho em que as pessoas perdem estabilidade tende a incentivar a busca por emprego e, muitas vezes, resulta em subemprego ou trabalho não registrado, alertou Azeredo. Prova disso é o aumento de 883 mil no número de trabalhadores por conta própria no trimestre até julho ante igual período de 2014. "O aumento de conta própria não é favorável, é trabalho não registrado", ponderou o coordenador.

Além disso, Azeredo lembrou que os trabalhadores que tinham carteira assinada e foram demitidos ainda contam com uma "rede de proteção", com recursos do FGTS e do seguro-desemprego. "Uma hora rede de proteção vai acabar, FGTS não dura para a vida toda. Tendemos a estar num quadro não favorável", disse.

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