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Bancos de investimento preveem petróleo Brent abaixo de US$ 60 o barril em 2016

14:30 | 22/09/2015
Analistas mostram-se mais pessimistas sobre o preço do petróleo, prevendo que o Brent fique abaixo de US$ 60 o barril ao longo do próximo ano, com o mercado ainda tentando superar o atual quadro de excesso de oferta e demanda mais fraca. Mesmo com a cotação perto de níveis não vistos desde o auge da crise financeira, muitos analistas avaliam que os preços sigam baixos por mais tempo.

Uma pesquisa com 13 bancos de investimento feita pelo Wall Street Journal mostrou que essas instituições cortaram sua previsão para o preço médio do Brent em US$ 9, para US$ 58,70 o barril, na comparação com o mês anterior. O petróleo em Nova York deve ficar em US$ 54,40 o barril, também uma queda de US$ 9 ante agosto.

"Ainda há muito excesso de petróleo em circulação e isso limitará qualquer melhora substancial no preço até o segundo semestre de 2016", afirmou Gareth Lewis-Davies, estrategista de petróleo do BNP Paribas em Londres.

Em junho de 2014, os contratos dos dois lados do Atlântico estavam acima de US$ 100 o barril, mas uma combinação de ampla oferta e demanda mais fraca levou os preços a caírem fortemente no segundo semestre. O petróleo continuou a recuar neste ano, chegando abaixo de US$ 30 o barril no mês passado, após a desvalorização da moeda chinesa gerar temores de uma desaceleração no segundo maior mercado consumidor da commodity. Outra ameaça para o mercado já com excesso de oferta é a probabilidade de que o Irã voltará ao mercado, com a retirada de sanções das potências contra o país por seu programa nuclear.

Os investidores compartilham da visão pessimista dos analistas. "Com o Irã voltando, a Arábia Saudita mantendo sua produção e todas as preocupações macroeconômicas em foco, há um grande risco de haver um forte movimento para baixo até o fim do ano", afirmou Doug King, diretor de investimentos da RCMA Asset Management, que acredita que o barril pode bater em US$ 30. "Os preços irão então estabilizar, mas permanecerão mais baixos por um período maior."

Ainda que o petróleo barato seja positivo para consumidores e empresas pelo mundo, ele traz dificuldades para companhias produtoras, da Noruega ao Estado norte-americano de Dakota do Norte. Projetos no valor de cerca de US$ 1,5 trilhão permanecem inviáveis economicamente diante dos atuais preços do petróleo, segundo relatório da Wood Mackenzie. Boa parte da queda nos gastos ocorre por causa da América do Norte, onde a produção de xisto quase dobrou a produção local nos últimos anos. Em abril, a produção de petróleo dos EUA atingiu um pico de mais de 9,6 milhões de barris ao dia, mas desde então recuou para 9,2 milhões de barris diários.

Enquanto a produção dos EUA começou a recuar, outros grandes produtores pelo mundo, incluindo os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), continuam produzindo em ritmo recorde, para manter sua fatia de mercado. A Arábia Saudita, o maior e mais influente membro do cartel, produziu 10,4 milhões de barris ao dia em julho, seu segundo maior volume em uma década.

"Estamos enfrentando contínuo excesso de oferta no mercado de petróleo e isso apenas crescerá após o Irã voltar ao mercado", disse Eugen Weinberg, diretor de pesquisas em commodities do Commerzbank. Dirigentes iranianos sugeriram também que o país pode elevar sua produção em até 1 milhão de barris ao dia dentro de meses, depois da retirada das sanções. Ainda assim, Weinberg afirmou que o excesso de oferta já está no preço do mercado e que o patamar atual deve servir como um piso para os preços.

A maioria dos bancos ouvidos na pesquisa do WSJ concorda que, no próximo ano, os preços devem subir. Analistas mostram-se, porém, menos convencidos sobre a força dessa recuperação, prevendo que o Brent, em média em US$ 54 o barril neste ano, fique em entre US$ 53 e US$ 64 o barril até o quarto trimestre de 2016. Apenas três dos bancos ouvidos veem o Brent acima de US$ 70 o barril em 2016.

O banco mais pessimista sobre os preços na pesquisa, o Goldman Sachs, acredita que o barril pode chegar a US$ 20 o barril. Ainda que este não seja o principal cenário do banco, o Goldman disse que "o potencial para os preços caíram a esse nível...está se tornando maior". Fonte: Dow Jones Newswires.

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