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A Cobertura é de todos

"Brinco que lá em cima é meu escritório. Vou para estudar violão, ouvir música, ler..."

01:30 | 05/09/2015
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Esticar as pernas, ouvir uma música para tocar e observar o pôr do sol no céu da cidade com uma vista ampla, do topo do prédio: é o que pode fazer quem mora em um edifício que disponibiliza a cobertura para uso comum dos condôminos. O que já foi comum volta a ser tendência.

 

Esse tipo de estratégia foi muito comum durante os anos 1970 e 1980. É o que conta Custódio Santos, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - Ceará (IAB-CE): “Faziam como se fosse uma área de lazer, depois começou-se a fazer algumas áreas cobertas como deck, com banheiros, para utilização”.


Tal costume foi se perdendo, segundo ele, devido ao limite de altura imposto para os empreendimentos na cidade. “O que mais tem sido feito é transferir esse espaço de uso coletivo para o primeiro andar, assim o primeiro andar residencial passaria a ser o segundo e assim por diante”, explica. Desse modo, há maior aproveitamento nas vendas, visto que, quanto mais alto o apartamento, mais se paga por ele.


Alguns edifícios, no entanto, estão sendo construídos hoje em dia retomando essa tendência. Marcos Novaes, sócio-diretor da Novaes Engenharia, conta que todos os empreendimentos da construtora estão saindo com a cobertura sendo área comum: “Usamos a área privativa mais nobre e mais cara, que é o último andar, e transformamos esse benefício para uso de todos os moradores”. A construtora usa uma tecnologia a que chamou de Skyplace, composta por áreas de lazer que incluem espaço gourmet, pub, grill lounge, academia, sauna e jacuzzi.


Segundo Marcos, a ideia surgiu de uma viagem a Dubai: “Tivemos uma visita com nosso sócio para Dubai. Lá notamos que toda a área de lazer do hotel é no topo e achei muito interessante. Por que não aplicar isso num empreendimento da nossa construtora?”, conta. Ele comenta que a manobra foi arriscada, mas está valendo o investimento.


Segundo José Carlos Gama, vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), uma tendência dos empreendimentos que fazem uso da cobertura como área comum é construir salas com isolamento acústico, para tocar instrumentos musicais: “Hoje é muito comum o jovem ter como opção tocar uma bateria ou um violão, o que seria difícil sem esse espaço por conta da questão da reverberação”.

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