PUBLICIDADE
Notícias

64% das mães cedem à vontade dos filhos na hora das compras

Quatro em cada dez mães gastam mais que o planejado quando levam os filhos às compras e 46% não impõem regras para presenteá-los, aponta estudo do SPC Brasil

11:05 | 24/09/2015
NULL
NULL
Ensinar os filhos a consumir de forma responsável não é uma tarefa simples. 64,4% das mães não resistem aos apelos dos filhos quando eles pedem algum produto considerado desnecessário, como brinquedos, roupas e doces. O percentual é mais expressivo entre as mães de meninas (68,9%) e as que compõem as classes C, D e E (69%). Os dados são de um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com mães das 27 capitais que possuem filhos com idade entre dois e 18 anos.

O levantamento mostra ainda, que as vezes, nem é preciso que os filhos manifestem o desejo de ganhar um presente para recebê-lo: 59,6% das mães compram produtos não necessários para os filhos sem que eles peçam, apenas pelo prazer de vê-los usarem coisas que gostam.
[SAIBAMAIS1]
"O estímulo ao consumismo, não raro, começa dentro de casa. As mães querem sempre satisfazer seus filhos, o que é compreensível, mas a vontade de agradar as crianças não pode se sobrepor as condições do próprio bolso, ainda mais em tempos de crise. Além disso, essas atitudes podem dar exemplos ruins às crianças e dificultar um eventual ajuste financeiro quando necessário", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Sem regras

De acordo com o estudo, quatro em cada dez mães (46,4%) admitem não adotar regras para presentear seus filhos. Somente 15,6% das mães disseram dar presentes apenas nas datas especiais, como aniversário, Dia das Crianças e Natal, enquanto 12,7% o fazem quando o filho cumpre as regras e obrigações de casa.

Dados da pesquisa revelam ainda que 29,7% das mães consultadas disseram que mesmo comprando a maioria dos produtos que os filhos pedem, eles nunca se dão por satisfeitos e sempre pedem mais coisas.

"Presentear um filho é uma demonstração de afeto. Por outro lado, a ausência de regras e de limites ao consumo é uma influência negativa para as crianças e adolescentes", afirma o educador financeiro do portal 'Meu Bolso Feliz', José Vignoli.

Levar o filho às compras aumenta o gasto

Levar os filhos para fazer compras no shopping center ou no supermercado pode não ser um bom negócio para as famílias sob o ponto de vista financeiro. Quatro em cada dez mães consultadas (38,6%) admitem que sempre acabam desembolsando mais do que o planejado quando saem para comprar acompanhados de seus filhos.

Ainda assim, de acordo com a pesquisa, 67,3% destas mães têm o hábito de estabelecer algum combinado prévio com os filhos, como não permitir que eles peçam para comprar algo (18,6%) ou negociar o valor e a quantidade de coisas que podem ser compradas (48,7%).

A economista Marcela Kawauti orienta que combinar regras antes de ir às compras pode ser uma alternativa saudável para evitar transtornos e discussões. "Este é um hábito que pode disciplinar a criança. Se as mães forem claras e firmes com os filhos, é mais provável que eles se sintam menos decepcionados quando tiverem seus pedidos negados", argumenta Marcela.

As mães consultadas no levantamento declararam que mais da metade (50,8%) das últimas cinco compras de brinquedos, jogos, roupas e calçados realizadas por elas para seus filhos foi feita por impulso.
Redação O POVO Online
TAGS