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Tombini prevê déficit em conta corrente 20% menor em 2015

11:15 | 14/08/2015
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse na manhã desta sexta-feira, 14, que as projeções da instituição são de que o déficit em conta corrente caia mais de 20% este ano, na comparação com 2014. Segundo ele, a queda nos preços das commodities gera desafios importantes para os países emergentes, mas, quando medidos em moeda nacional, esses preços estão aumentando recentemente. Por sua vez, as importações já respondem às condições de atividade econômica e à depreciação cambial, o que também deve ajudar os manufaturados.

"Assim, o comportamento de exportações e importações faz com que, apesar da deterioração dos termos de troca, já verifiquemos uma melhora no saldo da balança comercial. Outras contas que compõem as transações correntes do balanço de pagamentos também têm reagido", afirmou, ressaltando que além da diminuição do déficit em conta corrente, ele continua sendo financiado majoritariamente pelo investimento estrangeiro direto. Tombini participou hoje do X Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, promovido pelo Banco Central em São Paulo.

Tombini também apontou que, tendo em vista a esperada normalização da política monetária nos EUA, a transformação do modelo econômico da China e a queda das commodities, a melhor abordagem para o Brasil é usar a receita padrão, ou seja, "reforçar o arcabouço de política econômica e manter fundamentos macroeconômicos sólidos, notadamente, o tripé formado por câmbio flutuante, política fiscal responsável e sistema de metas para a inflação".

Economia global

Tombini avaliou que o crescimento global segue em ritmo moderado, mas o contexto internacional impõe desafios, especialmente para as economias emergentes, que apresentam redução do dinamismo. Citou que a melhora nos indicadores dos Estados Unidos faz com que a discussão sobre o momento do aumento de juros lá ganhe intensidade, "crescendo as avaliações de que o começo desse processo pode se dar em um horizonte relativamente curto". Apesar de avaliar que esse processo está sendo bem comunicado pelo Federal Reserve, que já adiantou que o aumento de juros será gradual, ele disse que é normal que haja certa dose de volatilidade nos mercados financeiros.

Para Tombini, na Europa a atividade econômica segue em recuperação, afastando o risco de deflação, enquanto na China a transformação do modelo de crescimento gera desafios importantes, "incluindo o recente ajuste na política cambial e períodos de volatilidade nos preços dos ativos". Nesse contexto, o presidente do BC apontou que as moedas emergentes têm se depreciado, refletindo a piora nos termos de troca.

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