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Inadimplentes assumem que não pagarão dívidas

45% dos inadimplentes afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas nos próximos três meses. Em um ano, valor médio das pendências cresceu 23%

09:40 | 19/08/2015

"Devo, não nego. Pago quando puder". A famosa expressão descreve bem como muitos brasileiros se declaram atualmente. Uma pesquisa aponta que quatro em cada dez (45%) brasileiros inadimplentes não têm condições financeiras de pagar suas dívidas atrasadas em um intervalo de até três meses. O estudo foi realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais.

O levantamento mostra também que a perspectiva de continuar inadimplente é mais frequente nas classes C, D e E (46%) do que nas classes A e B (32%). Além disso, 44% dos devedores ouvidos pelo SPC Brasil afirmaram que a situação financeira atual deles está pior se comparada ao ano passado.

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Segundo a pesquisa a maioria dos consumidores (52%) justifica que a dívida contraída é muito superior aos seus ganhos mensais, mas há também aqueles que resistem em incorporar hábitos de economia no dia a dia, como deixar de consumir produtos que gostam (23%).

"A resistência em cortar despesas e em mudar o padrão de consumo, abrindo mão de pequenos prazeres, são alguns dos erros mais comuns para quem precisa sair do vermelho. O dado revela um comportamento imprudente e de alto risco para as finanças", alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Renegociar a dívida

O SPC Brasil indica que entre os consumidores que reúnem condições para o pagamento da dívida atrasada (52%), a estratégia mais comum é o acordo junto aos credores (37%). Em seguida aparecem os cortes no orçamento (11%) e as atividades extras para geração de renda, como o famoso 'bico' (9%).

Para Marcela Kawauti, ao propor um acordo com o credor, é possível reduzir o tamanho das prestações, obter juros menores e prazos mais alongados para a quitação do débito. "Se a intenção for pagar a dívida à vista, é possível até pedir um desconto no valor total. O devedor precisa demonstrar interesse em regularizar a dívida e oferecer uma contraproposta dentro de suas possibilidades. Além disso, é necessário que o consumidor mantenha a disciplina, fazendo cortes de gastos desnecessários do orçamento e não realize novas compras enquanto estiver pagando as prestações", orienta a economista.

Redação O POVO Online 

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