Brasileiros estão cada vez mais pessimistas sobre inflação, diz FGV
A percepção de que o bolso está menor atinge desde a classe de renda mais baixa até as que ganham mais de R$ 9,6 mil mensais. As estimativas das famílias atingiram uma homogeneidade inédita e estão entre 10% e 10,1%. Geralmente, a baixa renda costuma apontar um aumento de preços mais intenso.
A piora ainda vai na contramão dos analistas de mercado, que revisaram para baixo a perspectiva para o IPCA neste ano, segundo o Boletim Focus divulgado hoje. "As medidas que estão sendo tomadas pelo Banco Central estão ancorando (as expectativas) pelo lado do mercado, mas o consumidor não cria um modelo na cabeça dele que impute a variável Selic. O modelo dele tem a renda e os preços do dia a dia", explicou o economista.
Segundo Ferreira, a queda na renda e o aumento em preços como energia elétrica e alimentos, que consomem uma fatia considerável do orçamento dos consumidores, contribuem para a sensação de que o dinheiro está mais curto - consequentemente, a inflação parece mais elevada. A inflação atual também ajuda a criar essa percepção. Hoje, o IPCA, índice oficial de inflação, acumula alta de 9,56%.