Alta dos preços administrados em 2015 sobe de 15,14% para 15,20%, projeta Focus
Um mês atrás, a pesquisa apontava taxa de 15,00% para esse conjunto de itens. Para 2016, a expectativa no boletim Focus apresentada hoje apresentou um aumento de 5,90% para 5,92%. Quatro semanas atrás essa projeção era de 5,96%.
Essas projeções são mais pessimistas que as do Banco Central. Segundo a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na quinta-feira, 13, da semana retrasada, o BC estima uma variação de 14,8% em 2015 ante 12,7% da reunião do Copom de junho. Para 2016, as previsões da autoridade monetária passaram de 5,3% para 5,7% no mesmo período.
A piora da expectativa do BC considerou em suas análises, a hipótese de variação de 9,2% o preço da gasolina e de 4,6% no de gás de botijão. No caso das tarifas de telefonia fixa, o colegiado prevê uma retração de 3%, mas uma alta de 50,9% no da energia elétrica.
Selic
O mercado financeiro também começa a rever suas projeções para as decisões do Copom. A estimativa de que a taxa básica de juros, Selic, encerraria em 12,00% ao ano no fim de 2016 foi substituída no Relatório de Mercado Focus por uma taxa de 11,88% ao ano. Isso significa que ainda não há um consenso sobre a manutenção dos 12% no encerramento de 2016 ou mais uma queda, para 11,75% ao ano.
Nas próximas semanas será possível verificar qual corrente ganhará mais força. Há um mês, a projeção mediana dos analistas do setor privado era de que a Selic terminasse 2016 em 12,00%. Com essa mudança, a projeção para a Selic média também recuou, passando de 13,16% ao ano para 13,13%. Nas quatro edições anteriores da Focus, a mediana para esta variável estava em 13,38%.
Para este ano, as expectativas ficaram inalteradas. A previsão do boletim Focus de que a Selic chegue ao final deste ano em 14,25% ao ano foi mantida pela terceira semana seguida. Um mês antes, estava em 14,50%. A Selic média de 2015 também se manteve inalterada entre uma semana e outra, em 13,63%. Há quatro semanas estava em 13,72%.
Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, não houve mudanças para este ano: a Selic deve encerrar 2015 em 14,25% - previsão apontada já há oito semanas. Para 2016, permaneceu a mediana de 12,13% ao ano, o que denota uma divisão de opinião entre os componentes desse grupo entre um encerramento em 12,00% ou 12,25% no fechamento de 2016.
Câmbio
O relatório trouxe uma nova rodada de aumento nas projeções para a taxa de câmbio, desta vez de grande expressão. O documento mostra que a mediana das estimativas para o câmbio em 2015 saltou de R$ 3,40 para R$ 3,48. Há quatro semanas, o ponto central da pesquisa estava em R$ 3,23.
Com isso, a cotação média ao longo do ano sofreu alteração na pesquisa Focus, passando de R$ 3,20 para R$ 3,23. Quatro semanas atrás, estava em R$ 3,09.
Para o próximo ano, a mediana para o câmbio ao final do período também subiu de forma significativa, passando de R$ 3,50 para R$ 3,60 - há quatro edições do Focus a taxa era de R$ 3,40. No caso da cotação média de 2016, também houve mudanças, passando de R$ 3,44 para R$ 3,53.
Recentemente, o diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, veio a público se pronunciar sobre o comportamento da taxa de câmbio, avaliando que a cotação do dólar estava muito acima do que apontavam os fundamentos brasileiros. Em seguida, o BC decidiu fazer uma intervenção maior no mercado, com a volta da rolagem integral dos contratos de swap cambial.