Situação da poupança tende a se agravar, avalia diretor da Anefac
Ele mantém essa avaliação com base na rentabilidade maior de aplicações financeiras em títulos públicos como fundo de renda fixa, CDBs e Tesouro Direto, por exemplo, em detrimento a uma menor rentabilidade da poupança no atual processo de alta dos juros.
Além disso, Oliveira acredita que a retração econômica, somada à inflação elevada e juros altos, além de aumento de encargos e impostos reduz a renda das famílias. Com menos recursos no bolso, sobra menos para a poupança, que muitas vezes também acaba sendo um local de socorro, segundo ele, para arcar com os compromissos econômicos do dia a dia das famílias.
Para o diretor da Anefac, dificilmente esse quadro vai se alterar este ano e ainda não está certo de que haverá melhoras em 2016. "Quando a inflação ficar mais baixa, o juro cair e a atividade começar a crescer, daí a poupança volta", avaliou. "Mas isso não será em 2015 com certeza e, em 2016, ainda não sabemos."
Oliveira lembrou ainda que o BC mexeu recentemente na regra dos compulsórios para garantir mais funding para a construção civil. Para isso, no entanto, precisou preparar uma engenharia financeira complexa. Não há como saber agora, de acordo com o diretor da Anefac, se a instituição terá como proporcionar um novo fôlego ao setor caso a poupança continue a sangrar nos próximos meses. "O BC está entre a cruz e a espada e nós não sabemos o que vai fazer", comentou.
Não foi à toa, disse ainda o economista, que a Caixa Econômica Federal mexeu nas regras de financiamento imobiliário, aumentando de 50% para 70% o mínimo de empréstimo para casa própria. Na outra ponta, a maior financiadora de imóveis do País agora dá incentivos extras aos poupadores.