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Pagamento ao BCE no dia 20 pode ser momento crucial para futuro da Grécia

21:00 | 07/07/2015
Um pagamento de bônus prestes a vencer da Grécia para o Banco Central Europeu (BCE) aparece como o momento potencialmente decisivo na tentativa do país de permanecer no euro e evitar um colapso bancário.

Em 20 de julho, a Grécia precisa pagar 3,5 bilhões de euros (US$ 3,8 bilhões) em bônus mantidos pelo BCE. O governo de Atenas não tem esse dinheiro e precisa de uma nova injeção de seus credores - outros governos da zona do euro - que ele quase certamente pode não conseguir até lá.

A falta de pagamento elevaria a pressão sobre o presidente do BCE, Mario Draghi, para que não aceite mais dívida garantida pelo governo grego como colateral para empréstimos emergenciais aos bancos do país. Sem isso, o sistema bancário grego enfrentaria um colapso instantâneo se Atenas, o BCE ou os demais países da zona do euro não encontrarem uma solução.

Caso a Grécia não possa financiar seus bancos em euros, seria forçada a utilizar uma moeda nacional. Isso faz da retirada da liquidez do BCE para os bancos um potencial gatilho para a saída da Grécia do euro.

Uma graduada autoridade do BCE sinalizou que a instituição teria pouca escolha a não ser cortar os empréstimos aos bancos gregos, se Atenas não pagar no dia 20. O presidente do Banco Central da Áustria, Ewald Nowotny, disse que nesse caso o BCE não poderia fornecer mais liquidez.

Mas quão rápida seria a ação do BCE não está claro, diante das declarações até agora dadas. Nowotny se referiu aos 89 bilhões de euros em empréstimos emergenciais fornecidos aos bancos gregos através do Banco da Grécia, sujeito à aprovação do BCE. Na segunda-feira, o BCE manteve o teto sobre esses empréstimos, mas elevou a quantia de colateral que os bancos gregos precisam fornecer para continuar a emprestar nesse patamar. A medida teve pouco efeito prático, porque os bancos podem atingir esse patamar de colateral no momento. Mas mostra a impaciência do BCE com a falta de progressos no diálogo.

Os governos da zona do euro também apontaram hoje o dia 20 como crucial para o futuro grego no euro.

A Grécia também terá de pagar outros 3,2 bilhões de euros ao BCE em 20 de agosto. Na semana passada, o país já deixou de realizar um pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Na avaliação do economista Jonathan Loynes, da Capital Economics, a Grécia "não tinha nada a perder deixando de pagar ao FMI". No caso do BCE, porém, a instituição está garantindo o auxílio aos bancos gregos diariamente, o que torna o caso "um pouco diferente".

As regras do BCE e os bônus gregos preveem certa flexibilidade, que a instituição pode usar para dar a Atenas e aos credores tempo para fechar um acordo. O bônus mantido pelo BCE prevê um período de 30 dias antes de se declarar um default legal, segundo pessoas familiarizadas com detalhes técnicos dos bônus. Fonte: Dow Jones Newswires.

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