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Monteiro: é preciso coragem para limitar expansão do gasto público

19:00 | 12/07/2015
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou neste domingo, 12, que o ajuste fiscal em curso no Brasil não poderá ter um efeito paralisante em reformas necessárias para o bom andamento futuro do País, como, por exemplo, reformas para o aumento da poupança interna e do investimento.

Monteiro disse, no entanto, que a necessidade do ajuste fiscal é evidente e elogiou, ainda, a competência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "De forma muito aplicada, ele se dedica a essa tarefa difícil de fazer a inflexão das contas públicas", disse.

Monteiro disse que o cumprimento "numérico" na meta fiscal não se mostra o ponto mais importante, visto que há variáveis que não são controláveis, como, por exemplo, a arrecadação. "O importante é fazermos já nesse ano uma inflexão", destacou.

O ministro disse ainda que no Brasil existe um padrão de ajuste fiscal, que vigora nos últimos anos, de corte de investimentos e aumento de impostos.

"Temos esse padrão porque construímos uma rigidez nos gastos públicos, uma estrutura de vinculação de gastos e despesas que hoje nos coloca em um cenário em que 90% do orçamento da União é composto por gastos obrigatórios", destacou, lembrando, que nesse cenário, o que sobra para um ajuste são os cortes em investimentos.

"O Brasil só vai inaugurar um regime fiscal novo verdadeiramente se tivermos a coragem de adotar medidas que nos conduza até mesmo a discussão do contrato social", destacou.

Segundo ele, será preciso coragem para inaugurar um regime fiscal que se paute por limites à expansão contínua dos gastos públicos, que hoje ocorre independentemente do crescimento da economia, mas que esse passo não depende apenas do Executivo. "É sempre bom lembrar que a governabilidade deriva do compromisso dos poderes no sentido que possamos de forma harmônica trabalhar em torno de alguns objetivos maiores", disse.

O ministro citou ainda que é preciso colocar a "disputa política de lado", para construir uma visão minimamente convergente de custo, médio e longo prazo.

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