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Moedas da Ásia atingem mínimas em vários anos com sinais sobre yuan e PMI chinês

09:20 | 24/07/2015
As moedas da Ásia e do Pacífico aceleraram perdas ante o dólar, após Pequim sinalizar que tomará iniciativas que podem ameaçar o crescimento da região e novos indícios de desaceleração econômica na China.

Várias divisas locais atingiram novas mínimas em vários anos nos negócios desta sexta-feira. O dólar australiano, por exemplo, tocou o menor nível frente ao dólar em seis anos, a US$ 0,7267, enquanto a rupia da Indonésia foi ao patamar mais baixo em quase duas décadas, com o dólar a 13.457 rupias. Já o won sul-coreano atingiu o menor nível em três anos, com o dólar subindo a 1.168,30 wons, e o baht tailandês atingiu o valor mais baixo desde 2009, com o dólar cotado a 34,92 bahts.

A pressão sobre as moedas asiáticas chegou até mesmo à rupia indiana e ao peso filipino, que vinham se mantendo relativamente fortes, apesar da tendência de valorização que o dólar tem mostrado este ano.

Hoje, o Conselho Estatal da China, como é conhecido o gabinete do país, anunciou políticas de incentivo para o setor comercial e sinalizou que poderá permitir que o yuan oscile dentro de uma banda mais larga. A decisão veio em meio a indicações de demanda mais fraca, tanto no âmbito doméstico quanto no exterior. A última evidência veio de uma pesquisa da Markit e da Caixin Media, mostrando que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial chinês recuou para 48,2 na prévia de julho, de 49,4 em junho, atingindo o menor nível em 15 meses. Leituras abaixo de 50 sugerem contração da atividade manufatureira.

Sinais de que a China poderá permitir que sua moeda flutue com mais liberdade e, possivelmente, se enfraqueça representam uma ameaça para as economias da região, uma vez que os produtos chineses podem ganhar competitividade. As moedas asiáticas já vinham enfrentando pressão cada vez maior este ano, diante do avanço do dólar em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a elevar os juros básicos dos EUA em algum momento deste ano, talvez a partir de setembro, segundo vários analistas. Os juros dos EUA estão em mínimas históricas desde o fim de 2008.

O dólar da Austrália chegou a recuar 1,1% após o PMI da China, que é um de seus maiores parceiros comerciais.

"Se o yuan se desvalorizar, as moedas asiáticas vão sofrer", comentou Khoon Goh, estrategista de câmbio da ANZ em Cingapura, prevendo mais fraqueza nas taxas de câmbio locais.

O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) estabelece uma taxa de paridade diária para o yuan ante o dólar e permite que a moeda chinesa oscile até 2%, para cima ou para baixo, em relação à referência. Nas últimas semanas, a moeda chinesa tem flutuado dentro de uma faixa estável, apesar da volatilidade vista nos mercados de câmbio mundiais.

Em relação a outras divisas de peso, como o euro, o iene e a libra, o dólar mostra relativa estabilidade nesta sexta, com tendência de alta, mas sem variações bruscas. A reação mais intensa, dizem analistas, tem se restringido às moeda asiáticas por enquanto.

"Preocupações com o crescimento na China, assim como a pressão exercida na região por medidas adicionais de relaxamento monetário, pressionaram...as moedas regionais", ante o dólar, disse Sacha Tihanyi, estrategista de câmbio sênior do Scotiabank, em nota a clientes. Fonte: Dow Jones Newswires.

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