Mercado mantém estimativa de alta da Selic para 14,25% este mês
Pelo boletim divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central, houve um aumento na mediana das previsões para 2016 de 12,06% ao ano para 12,25% ao ano, o que dizimou a divisão vista nas semanas anteriores sobre o nível da Selic no encerramento do ano que vem.
A alteração das previsões também reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação.
Já sobre 2015, a previsão de 14,50% vista na semana passada foi mantida agora. Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 14,00% ao ano. A taxa média da Selic para 2015 ficou inalterada em 13,72% ao ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,50% ao ano. No caso de 2016, a mediana das projeções para a Selic média também ficou constante em 13,38%.
Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, não houve mudança para 2015: a Selic vai encerrar em 14,25% ao ano. Um mês antes eles projetavam 13,75%. Para 2016, a mediana voltou a recuar, desta vez de 12,00% ao ano para 11,75% aa. Quatro semanas atrás a expectativa era de 11,50%.
Câmbio
O relatório Focus apresentou ainda um leve ajuste para a cotação do dólar em 2015. A mediana das estimativas passou de R$ 3,22 para R$ 3,23. Há quatro semanas, o ponto central da pesquisa estava em R$ 3,20. Para o próximo ano, a mediana permaneceu em R$ 3,40 - um mês antes estava em R$ 3,30.
No caso do comportamento da cotação média ao longo dos anos, a pesquisa Focus ficou inalterada: para 2015, a mediana foi mantida em R$ 3,09. Quatro semanas atrás estava em R$ 3,10. Para 2016, seguiu em R$ 3,30 no período. Quatro edições anteriores do boletim Focus, a mediana das estimativas para essa variável estava em R$ 3,27.
Superávit comercial
Com a mudança do cenário econômico doméstico, os dados do setor externo mostraram uma sensível melhora no relatório Focus. A mediana das previsões para a balança comercial de 2015 subiu de US$ 5 bilhões para US$ 5,50 bilhões. Quatro edições antes, estava em US$ 3 bilhões. Para 2016, o ponto central da pesquisa foi ampliado de US$ 12,40 bilhões para US$ 13 bilhões de uma semana para outra - um mês antes estava em US$ 10,35 bilhões.
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro também reduziu a expectativa de um déficit de US$ 80,65 bilhões para US$ 80,50 bilhões em 2015. Quatro semanas atrás, a projeção era de déficit de US$ 84 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi diminuída de US$ 73,50 bilhões para US$ 73 bilhões, um mês antes estava em US$ 76,35 bilhões.
Apesar disso, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem. Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril.
A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) passou de US$ 67 bilhões, onde já estava há um mês, para US$ 66 bilhões em 2015. Para 2016, permaneceu em US$ 65 bilhões pela sétima semana consecutiva.