Habitação, Alimentação e Transportes foram os grandes vilões do IPC-S, diz FGV
"No primeiro semestre de 2014, a inflação acumulada foi de 4,21%", lembrou, reforçando a análise de que o atual período de preços altos vem dominando o cenário brasileiro.
De acordo com Picchetti, a Habitação apresentou alta de 9,18% entre janeiro e junho e respondeu por 2,32 pontos porcentuais de todo o IPC-S. A Alimentação teve aumento de 6,14%, com contribuição de 1,54 ponto. O grupo Transportes, por sua vez, subiu 6,23% e representou 1,04 ponto porcentual.
Quanto aos demais grupos pesquisados, o de Despesas Diversas foi o de maior variação positiva no primeiro semestre, de 11,16%. Gerou, porém, contribuição menor que os três conjuntos de preços anteriormente citados, de 0,35 ponto porcentual.
O grupo Saúde acumulou alta de 4,98% e respondeu por 0,57 ponto porcentual; Educação avançou 6,07% e gerou impacto de 0,45 ponto porcentual; e o de Vestuário apresentou variação positiva de 1,44%, com contribuição de 0,08 ponto porcentual. O grupo Comunicação teve a elevação menos intensa do período, de 1,19%, e também gerou a menor contribuição, de 0,06 ponto porcentual.
Para o segundo semestre, Paulo Picchetti não espera uma inflação acumulada tão intensa e disse que este é um pensamento comum entre os especialistas, já que há expectativa de que o mercado de trabalho no País continua sofrendo os efeitos da atividade fraca.
Ele lembrou também que os impactos das políticas fiscal e monetária tendem a permanecer afetando a economia. "Dificilmente também vai ter um tarifaço como o do primeiro semestre", disse o coordenador do IPC-S, apontando os reajustes, como o da energia elétrica, como os grandes culpados pela inflação alta do período entre janeiro e junho.
Conforme os cálculos de Picchetti, a média mensal de inflação no primeiro semestre de 2015 foi de 1,04%. "Se eu jogasse este número para o restante do ano, teríamos uma taxa de 13,24% em 2015", destacou. "Mas esse é só um exercício hipotético", ressaltou o coordenador, que elevou nesta quarta-feira a projeção do IPC-S do ano de 8,1% para 8,6%.