Expectativa de inflação menor em 2017 prova credibilidade do BC, diz Volpon
Segundo Volpon, as expectativas de inflação em relação a 2017 vão impactar as perspectivas também no ano que vem. "Com a situação que o BC enfrenta hoje, onde estaríamos se não tivéssemos focado em 2016?", questionou, referindo-se ao objetivo da autoridade monetária de convergir a inflação para o centro da meta, de 4,5%, em 2016. "Se não tivéssemos colocado 2016 para convergência à meta, 2017 não estaria caindo", afirmou.
Para Volpon, a ancoragem de expectativas é condição necessária para começar a reduzir juros. "Se o BC reduzir juro com base na ancoragem de 2017, pegará inflação corrente ainda alta", disse.
DI
Tony Volpon foi bastante enfático ao afirmar que não está na autarquia para entregar o que está na curva do DI. Ele fez esta afirmação ao responder a uma pergunta, de um dos participantes do evento da CM Capital Markets, sobre se a curva de juros não iria subir caso a autoridade monetária não eleve a Selic a 14,5% ao ano, como indica a Focus nesta semana.
"Não estou aqui para entregar o que está na curva de DI. Me demitam (se for isso) e coloquem outra pessoa, de 20 anos", afirmou o diretor do BC. Sobre o que mostram as expectativas na Focus, Volpon disse que as estimativas são exógenas e são colocadas pelos economistas. "São vocês que estão derrubando a expectativa de inflação", disse.
Em rápida entrevista após ter feito sua palestra, o diretor disse que não estar vendo as expectativas caindo muito rápido. "Estão caindo. É queda, mas como eu disse, o jogo não terminou. A batalha se ganha pouco a pouco", disse.