Ex-presidente do Banco Espírito Santo é colocado em prisão domiciliar
Salgado não estará sujeito a monitoramento eletrônico e terá que pedir permissão do juiz para deixar sua casa, disse seu advogado. No ano passado, ele foi detido para interrogatório sob uma investigação separada sobre lavagem de dinheiro.
O BES estava sob o comando de Ricardo Salgado, patriarca da família que comanda o Grupo Espírito Santo (GES). Salgado e outros cinco membros de sua equipe estão sendo investigados sob suspeita de práticas de falsificação, fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, disse a promotoria.
O advogado de Salgado disse ontem que seu cliente vai continuar a colaborar com as autoridades, mas irá contestar a decisão do juiz sobre sua prisão domiciliar. "Entendemos que isso é uma medida muito desproporcional", disse o advogado. Salgado tem negado qualquer tipo de irregularidade.
No setembro do ano passado, o BES precisou ser resgatado depois de ficar expostos a grandes perdas. O governo português decidiu salvar o BES e criar um banco bom, usando 4,9 bilhões de euros de fundos para fortalecer o capital do recém criado Novo Banco. O BES tinha vendido milhares de milhões de euros em dívida a investidores de varejo e institucionais meses antes de seu colapso. Essas pessoas estão até agora amargando perdas.
Em maio, a promotoria disse que confiscou propriedades e bens dos investigados que poderiam ser utilizados como forma de pagamento em caso de condenações.
Enquanto a investigação do gabinete do promotor está em curso, o banco central do país acusou Salgado e outros 14 ex-funcionários formalmente por prejudicar depositantes, investidores do banco e credores com a venda da dívida.
O Banco Central de Portugal não tem o poder de lançar acusações criminais, mas impôs multas de até 4 milhões de euros aos envolvidos. Fonte: Dow Jones Newswires.