Contração maior no Brasil gera ambiente mais desafiador para meta fiscal
Werner avalia que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem mostrado "total comprometimento" para atingir a meta de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. "Reconhecemos que é um ambiente mais desafiador e é importante que os mercados e os agentes econômicos reconheçam o comprometimento do governo com a sustentabilidade fiscal de médio prazo", afirmou o diretor do FMI quando questionando sobre a possibilidade de mudança da meta fiscal no Brasil.
"Houve significativo ganho nesta credibilidade nos últimos seis meses", disse Werner, destacando que a situação fiscal do Brasil se "deteriorou severamente nos últimos anos", a ponto de reverter um superávit e atingir um déficit em 2014. Por isso, ele ressalta que a presidente Dilma Rousseff estabeleceu políticas para voltar a ter uma trajetória sustentável nas contas públicas.
"É o jeito certo de ir. A meta fiscal para 2015 e 2016 é o caminho correto. A situação atual na qual a contração da economia brasileira é muito maior do que o esperado gera um ambiente muito mais desafiador para alcançar a meta", disse Werner. O FMI, segundo ele, está monitorando as discussões sobre a meta.
No começo de sua apresentação aos jornalistas, Werner frisou a forte queda da confiança de empresários e consumidores no Brasil, que tem provocado contração significativa do investimento privado e desaceleração do consumo mais forte que o previsto, impedindo que o PIB do país avance. Por isso, a previsão do FMI é que a economia brasileira tenha contração de 1,5% este ano.