BNP Paribas expande gestão de fortunas
Mauro Rached, responsável pela área de Wealth Management do BNP Paribas, diz que o segmento do agronegócio tem apresentado desempenho inverso do setor industrial e como consequência atraído gestores para outras regiões fora do eixo São Paulo-Rio. Por isso, o banco também estuda uma cobertura especializada ao segmento agrícola no interior de São Paulo.
Na região sul, a cobertura será feita a partir do escritório de Curitiba, aberto em 2001 quando o banco começou a operar no segmento wealth no Brasil. O escritório de Belo Horizonte, por sua vez, está sendo ampliado para o centro-oeste, com contratações em Goiás e Mato Grosso ainda no segundo semestre. Além das duas capitais e São Paulo, o BNP tem uma representação no Rio de Janeiro focada na administração de fortunas.
"Nosso objetivo é alcançar famílias com patrimônio pessoal que são grandes, ainda estão em formação e que têm participação relevante nos negócios de suas empresas", disse Rached. Ele explica que essa mistura da patrimônios é uma das características das famílias empresariais do sul. Por conta disso, Paulo Schiavon, profissional que acaba de ser contratado para ficar à frente das atividades na região, estará no comando também das operações de serviços para empresas na região.
Rached afirma que, apesar da crise econômica, a expectativa é de que o volume de recursos sob administração cresça no segundo semestre, puxado por um esperado aumento nas operações de fusões e aquisições. Mas observa que a indústria vive alguns desafios relacionados a queda no interesse por diversificação, na esteira da alta do juro e da atratividade das Letras de Crédito Imobiliário e Agrícola, e aumento dos custos operacionais relativos à compliance.
Um desses custos diz respeito à Lei de Conformidade Tributária sobre Contas no Exterior ou Foreign Account Tax Compliance Act (Fatca), lei promulgada pelo Governo Americano em 2010 para impedir evasão fiscal praticadas no exterior pelos cidadãos americanos e por pessoas residentes nos EUA. A lei exige o envio de informações, por parte das instituições financeiras de todo o mundo, dos nomes, dos bens e das rendas das pessoas sujeitas à obrigação fiscal estadunidense. A obrigação abrange os cidadãos americanos residentes nos Estados Unidos ou fora dele. Atualmente a receita federal e a norte-americana trabalham sobre um acordo sobre como serão trocadas as informações.