Awazu: ajuste cobra um preço do crescimento no curto prazo, como esperado
"Esse processo de ajuste visa reduzir desequilíbrios macroeconômicos. como nosso déficit em conta corrente, reconstruir nosso espaço fiscal usado durante nossa resposta contracíclica para a crise financeira internacional e redirecionar nossa economia para um novo ciclo sustentável de crescimento", afirmou. Ao mencionar o impacto no crescimento de curto prazo, ele comentou que o BC está "observando cuidadosamente os desdobramentos que derivam da nossa política mas que também têm sido alimentados pelo efeito de eventos não econômicos".
Awazu lembrou que, como qualquer ajuste, o atual exige sacrifícios de muitos, mas visa construir uma base sólida para o novo ciclo de crescimento. Para ele, a melhor contribuição que a política monetária pode dar para as perspectivas de crescimento do Brasil é ajudar na consolidação de um cenário macroeconômico estável e favorável em horizontes mais longos, ao trazer a inflação para a meta e ancorá-la.
Ele aponta que os resultados iniciais de 2015 mostram que o processo de ajuste está funcionando e cita a melhora na conta corrente. O diretor do BC também menciona a ancoragem das expectativas de inflação no médio prazo e cita nominalmente os anos de 2017, 2018 e 2019, para os quais as expectativas já estão no centro de meta, de 4,5%. "Por outro lado, o recente ajuste duplo de preços relativos impactou a inflação na primeira metade de 2015, aumentando a inflação acumulada em 12 meses".
O diretor do BC mencionou também que o Brasil deve continuar com seus esforços para fortalecer os fundamentos econômicos, se preparando para o início da normalização da política monetária nos EUA.