Tendência é de deterioração do mercado de trabalho, avalia economista
"De uma forma geral, os números de atividade estão piores do que as projeções, que já eram negativas. Com a atividade com a cara que está, o mercado de trabalho deve continuar piorando", destacou Acquisti. "Acredito que pode haver um respiro e até uma estabilização em algum momento, mas, no curtíssimo prazo, a tendência ainda é de deterioração", opinou.
Conforme a divulgação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram fechados 115.599 postos de trabalho no mês passado. O resultado ficou próximo das piores expectativas dos economistas do mercado financeiro, já que, pelo levantamento do AE Projeções, as previsões eram de um corte de 20 mil a 124.448 postos de trabalho, com mediana negativa de 52 mil vagas.
O número informado pelo MTE foi ainda o pior para o mês da série histórica, iniciada em 1992. Foi ainda a primeira vez que o Caged apresenta resultado negativo em maio, segundo a Pasta.
"É importante ressaltar que o mercado de trabalho costuma ser um dos que mais demoram a piorar, dado que é oneroso o processo de demissão e recontratação", lembrou Acquisti ao Broadcast. "De uma forma geral, quando as empresas demitem é porque as expectativas de curto e médio prazo estão ruins", comentou.
Na avaliação do economista-chefe da Infinity Asset, o Caged ganhou mais importância nos últimos anos, conforme a formalização foi aumentando no mercado de trabalho brasileiro. Numa comparação com os EUA, Acquisti disse que o número do MTE pode estar ficando tão importante no acompanhamento como são os dados do tradicional payroll norte-americano. "Por aqui, ainda estamos longe do patamar de formalização deles", salientou.