Os ministros da zona do euro devem discutir mais opções à ajuda para a Grécia, na reunião deste sábado, de acordo com funcionários europeus, incluindo a introdução de controles de capital. "Os gregos vão votar sobre uma oferta que não está mais sobre a mesa", disse um dos funcionários. "É hora para o Plano B."

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou que será realizado um plebiscito para que os gregos decidam se aceitam ou não um acordo com os credores. Tsipras disse que não podia aceitar a lista de políticas apresentadas pelos credores em Bruxelas nesta semana, que incluía altas fortes em alguns impostos e cortes nos gastos do governo, inclusive em pensões.

Não está claro se os bancos gregos conseguirão continuar funcionando até a realização do plebiscito, nem se a Grécia terá de impor controles de capital - o que pode incluir feriados bancários - para conter a retirada de fundos. Essa questão depende em grande medida da disponibilidade do Banco Central Europeu (BCE) de oferecer liquidez emergencial para os bancos gregos, para cobrir retiradas de depósitos potencialmente fortes.

O vice-premiê grego, Yannis Dragasakis, deve visitar a sede do BCE, em Frankfurt, para pedir ajuda ao BCE a manter os bancos gregos abertos e operando durante o plebiscito, segundo funcionários gregos. Uma fonte do governo grego disse que Dragasakis deve se reunir no sábado com o presidente do BCE, Mario Draghi, para tratar do tema.

A partir do discurso de Tsipras, não ficou claro se o premiê defenderá que os credores rejeitem os termos do acordo, ou deixará a escolha para os eleitores, sem se pronunciar. Ainda que tenha atacado as demandas dos credores, ele disse que o lugar da Grécia é na Europa. Na saída do encontro do gabinete, alguns ministros gregos disseram que o governo pedirá aos eleitores que rejeitem as condições impostas pelos credores.

Pela data marcada para o referendo, isso significa que a fatia da zona do euro no pacote de 245 bilhões de euros para a Grécia expirará nesta terça-feira, como inicialmente previsto no cronograma. Com o anúncio, significa que quase certamente Atenas não conseguirá pagar o empréstimo de 1,55 bilhão (US$ 1,73 bilhão) ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence na terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.