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Mercado consumidor de energia terá crescimento 'próximo de zero' em 2015, diz MME

18:15 | 18/06/2015
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura Filho, defendeu nesta quinta-feira, 18, que o Brasil está ampliando sua oferta de energia elétrica muito acima do crescimento do mercado e ressaltou que particularmente neste ano o aumento da demanda por energia será quase nulo no País, como consequência ao desaquecimento da economia.

"No ano de 2015 (o mercado de energia elétrica) excepcionalmente deverá ter um crescimento muito baixo em função da questão econômica. Mas isso é conjuntural, e logo o Brasil voltará a crescer, não só sua economia, mas também seu mercado", afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na capital gaúcha, após participar do Seminário Crise Energética e Desenvolvimento.

Na sua apresentação, ele destacou que em 2015, enquanto o mercado consumidor energético apresentará um crescimento "próximo de zero", a capacidade instalada de geração de energia terá aumento de 5%. Além disso, segundo ele, está previsto que entrem em operação 10,5 GW em 2016 e 7,6 GW em 2017, por meio de usinas que hoje estão em fase final de construção. "É claro que há certa incerteza, por que a condição hidrológica pode piorar, as obras podem atrasar, e a economia pode melhorar. Mas hoje a percepção é de que o suprimento de energia está assegurado", revelou.

Na mesma linha de outros interlocutores do MME, Ventura Filho disse que, com a oferta de energia em nível confortável, é chegado o momento de baratear o custo elevado da geração. "Precisamos olhar com muito cuidado o momento adequado, sem comprometer a segurança energética, de reduzir esta geração por meio das térmicas, particularmente daquelas que têm o maior custo, que são as derivadas de petróleo. Temos uma esperança e uma expectativa que este momento não está longe", afirmou na conversa com o Broadcast.

O secretário também manifestou que, embora a expansão da capacidade instalada do Sistema Integrado Nacional e o crescimento menor do mercado garantam o atendimento de ponta (em períodos de demanda máxima) com uma "segurança energética muito significativa", o MME entende que é necessário colocar em operação outras unidades de ponta, como forma de "complementação".

Nesse sentido, ele ressaltou a importância do leilão de térmicas a gás natural de partida rápida previsto para ocorrer no dia 3 de julho. O objetivo é que as novas unidades entrem em funcionamento antes do próximo verão, justamente para reforçar o sistema no período em que ele é mais exigido.

Apesar de reconhecer que a data pretendida para o início das operações representa um desafio para os interessados no leilão, Ventura Filho diz que uma possível falta de projetos não é motivo de preocupação. "Existem equipamentos térmicos já fabricados, disponíveis no exterior e no Brasil, que poderão ser instalados rapidamente, por isso acreditamos que é viável", disse. "De fato o prazo é reduzido, mas é um prazo que o ministério entende como necessário para atender às demandas máximas que ocorrem no verão. São desafios colocados para todos, inclusive para os fabricantes e investidores, e temos expectativa de que algum resultado nós vamos obter com este leilão."

Médio prazo

Segundo ele, outra estratégia - esta mais voltada ao médio prazo - envolve uma 'repotencialização' de algumas hidrelétricas, que receberiam mais unidades geradoras. "Temos várias usinas que estão em operação, construídas há algum tempo, e que têm locais na chamada 'casa de força' onde podemos inserir mais unidades geradoras. Essas máquinas adicionais não produziriam mais energia, mas elas poderiam dar reserva de capacidade instalada e contribuir eventualmente no atendimento de ponta", avaliou.

Entre as usinas que poderiam passar pela repotencialização ele cita Três Marias, em Minas Gerais, e Xingó (Alagoas e Sergipe), ambas na bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

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