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Luiz Awazu evita comentar sobre possível mudança na meta de inflação pelo CMN

14:10 | 24/06/2015
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Pereira Awazu da Silva, evitou fazer comentários sobre a definição da meta de inflação de 2017 e a ratificação ou não da de 2016 que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fará em reunião marcada para a quinta-feira, 25.

Awazu foi questionado sobre se há possibilidade de mudança de bandas para absorver choques. Atualmente, o intervalo é de 2 pontos porcentuais para baixo ou para cima da meta, que está estipulada em 4,5% para este e o próximo ano. "Essa reunião se dará amanhã e eu não tenho nenhum comentário sobre uma reunião que se dará amanhã", disse o diretor. Awazu embarca para Lisboa na tarde de hoje, onde participará de evento internacional.

O diretor do BC disse que o ano de 2015 é de ajuste macroeconômico. Ao explicar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, disse que, nesses processos de ajuste, a economia passará por diversas fases. Uma primeira impacta quantidades, ou seja, a atividade. "Impacta quantidade e atividade porque existem rigidezes dos mercados. Temos uma série de eventos não-econômicos que impactam. Tivemos uma queda forte de investimento, que gerou atenuação do hiato do produto", afirmou.

Awazu ponderou que na segunda fase desse processo, uma vez que os elementos que pressionam arrefecem, haverá impacto na inflação. "O que estamos observando é que existe uma persistência, uma discussão mais recente, que está se sobrepondo ao processo de ajuste pelos preços", disse. Ele afirmou ainda que uma vez que essas duas fases se deem, existe uma terceira fase em que os resultados melhores começam a se estabilizar. Quando afirmou isso, Awazu disse que um exemplo desses resultados melhores seria uma inflação de 4,5% ancorada no curto, médio e longo prazo.

"Nessa fase (a 3ª) se dá o processo de retomada da confiança. Obviamente, todos entendemos aqui que por ter de transitar por essas fases, que são necessárias ao processo de ajuste, a consolidação do processo de ajuste requer perseverança", argumentou. Afirmou que após a terceira fase se dará o aumento da confiança dos agentes e do "espírito animal" - termo que ele resgatou dos discursos do governo ainda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Ainda segundo Awazu, diante desse contexto, a melhor contribuição que a política monetária pode fazer "para esse ciclo virtuoso de maior crescimento e de retomada dos investimentos é colocar a inflação na meta de 4,5% no fim de 2016" e ancorar as expectativas no médio e longo prazo.

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