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Itaú corta projeção de PIB em 2015 para -1,7% e prevê expansão de 0,3% em 2016

18:25 | 18/06/2015
O Itaú Unibanco revisou suas projeções macroeconômicas para o Brasil e agora espera uma contração de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante perspectiva anterior de -1,5%. Para 2016, a previsão foi cortada mais que pela metade, passando para 0,3%, de 0,7% antes. Segundo o banco, os indicadores de atividade econômica continuam se deteriorando e o índice de difusão, baseado em um conjunto amplo de dados, segue em níveis próximos aos da crise financeira de 2008.

No caso da inflação, a projeção para 2015 passou para 8,8%, de 8,5% antes, embora a expectativa para 2016 tenha sido mantida em 5,5%. Para a Selic, as condições mudaram e agora o banco espera uma última alta de 0,5 ponto porcentual em julho. Já para o superávit primário, o Itaú vê resultado de 0,7% do PIB este ano, quando antes previa 0,8%, e 1,2% no próximo (de 1,5% esperados anteriormente).

O cenário do Itaú contempla ainda um ajuste gradual nas contas externas, com a projeção para o câmbio no fim deste ano passando para R$ 3,20 (de R$ 3,10 antes) e chegando a R$ 3,50 no fim de 2016 (de R$ 3,40 antes). Mesmo assim, a projeção para o saldo comercial este ano ficou estável em US$ 4 bilhões, sendo que o resultado da conta corrente deve ser deficitário em US$ 80 bilhões.

"A combinação de inflação maior e crescimento menor tornou o cenário mais desafiador. Os indicadores antecedentes e coincidentes de atividade sugerem nova contração da produção e aumento do desemprego à frente", diz o Itaú no relatório. O banco afirma que a queda do PIB no segundo trimestre deve ser pior do que se antecipava, com a recuperação este ano limitada pela continuidade dos ajustes macroeconômicos e pelo consumo fraco.

No âmbito da política fiscal, o Itaú ressalta que o gasto público está em queda este ano, apesar do pagamento de despesas atrasadas, incluindo a retomada dos repasses do PSI, com a projeção de que as despesas com a equalização de juros cheguem a R$ 9 bilhões em 2015. À medida que o pagamento de despesas atrasadas seja reduzido e uma base de comparação mais favorável entre na conta, o banco prevê uma queda real de 6,0% no gastos públicos este ano. O problema é que a arrecadação também está em baixa, com mudanças mais brandas em algumas medidas do ajuste propostas pelo governo e um recebimento menor de dividendos.

Apesar da atividade fraca, a expectativa é que o BC só tenha espaço para reduzir a Selic a partir do segundo trimestre do ano que vem. "A partir daí, com o IPCA acumulado em 12 meses voltando ao intervalo da meta, o BC deve iniciar um ciclo de queda de juros, rumo a 12,00%", afirma o Itaú.

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